domingo, 30 de outubro de 2016

A COMEMORAÇÃO DE NOSSOS MORTOS INESQUECÍVEIS


          Neste mês de novembro, entrante, temos um dia dedicado aos nossos mortos, aqueles que nos precederam na entrada da Casa de todos os pais. É o dia em que, de maneira toda especial, rezamos por eles, para que descansem em paz no Reino de Deus.
           Rezamos pelos mortos. Está correta esta prática, é ela fundamentada na Palavra de Deus, como encontramos na Bíblia Sagrada.
           "Há pecado que conduz à morte, e por esse não digo que orem."  (1 Jo 5, 16). "... O salario do pecado é a morte."   (Rm6,23. "...e há pecado que não é para a morte". (leve, venial)   (IJo 5,17).  
           Pelos filhos e filhas de Deus, cujo pecado evidentemente , "...não é para morte", e pelos que morrem de coração contrito, se pode e se deve orar.
          O livro dos Macabeus, no Antigo Testamento, ordena a oração pelos mortos, dizendo: -É um santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos". (2Mc 12,42-45).
          Cristo,   por Sua vez, nos admoesta:  "Reconcilia-te com teu adversário para não caíres na prisão, pois não sairás daí, enquanto não pagares o último ceitil" (Mt, 5,25-26). -"Mas o pecado contra o Espírito Santo não terá perdão nem aqui nem no outro mundo." (Mt 12,32).  "Na verdade, eu vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê nAquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passará da morte para a vida". (jo 5, 24).
           A caridade fraterna, mediante o Cordeiro de Deus, apagará realmente uma multidão de pecados (1Pd 4,8). São palavras que nos ensinam que as graças de Deus circulam em todo o corpo: -"Ora, vós sois o corpo de Cristo" (ICor 12,27). E porque circulam as graças no corpo místico de Cristo, os justos que morrem com o pecado que não é para a morte (IJo 5,17) ou que ainda não satisfizeram plenamente o estado do pecado já perdoado, são assim perdoados mediante Cristo.
           Na verdade a Igreja triunfante no Céu, como também a Igreja peregrina na Terra, num só corpo auxiliam mediante o sangue do Cordeiro, na comunhão dos santos, uns aos outros, principalmente os que ainda necessitam  satisfazer alguma purificação, conforme a doutrina católica, no assim dito Purgatório, biblicamente "prisão"  ou "fogo purificador".
            Purgatório, conforme a Bíblia Sagrada, é sinônimo de "prisão", ou de travessia de um " fogo" purificador. Não é punição nem castigo de Deus, mas uma exigência purificadora do próprio amor da criatura imperfeita diante do amor perfeito de Deus ( Is 33,14). É uma questão de justiça, "...esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça" (2Pd 3,13).
            Pela graça de Deus, o Purgatório (que não é aceito pelos assim ditos protestantes)  não é inferno em miniatura, mas um estado de aperfeiçoamento final, rumo ao Céu. Nele a pessoa se purifica do "...pecado que não é para a morte" (IJo 5-17), ou dos pecados "veniais", passando, então, definitivamente, para a feliz eternidade no Céu.
            Lembro que na comemoração de nossos mortos, nos cemitérios, há desperdício e exagero no uso de velas, flores e coroas, que poderiam muito bem ser substituídas por esmolas ou doações a entidades de beneficência. Aqui, como em outros casos, o que é nocivo é o exagero, e não os símbolos  e a comemoração como tais.
             Que minha filha Raquel e meu filho Júlio, ambos sepultados no "Memorial da Saudade", em Curitiba, descansem na Paz do Senhor, à espera da feliz ressurreição dos mortos!

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terça-feira, 25 de outubro de 2016

BREVE MEDITAÇÃO SOBRE A FÉ


            Se quase já não há mais cristandade como em séculos passados, em compensação há cristãos. E cristãos escolhidos, conscientes, que preparam o futuro em segredo.  Que os haja em todas as nossas comunidades, cristãos fervorosos, atuantes,   levando uma vida espiritual e fraterna, mais rigorosa que a de nossos antecessores, é já uma esperança e  uma alegria.
            Quanto mais no plano dos conjuntos  institucionais, a apostasia parece planetária, no plano das comunidades populares, como nas comunidades eclesiais de base, a Fé se mostra viva e atuante. Graças sejam dadas a Deus porque, verdadeiramente, é um milagre: o milagre da Fé.
            Dediquemos alguns instantes desta manhã para uma ligeira meditação sobre a Fé.
            A Fé é sempre um caminho a percorrer e uma conquista a realizar no dia a dia do cristão.
            A Fé é sobrenatural, livre e racional.
            É sobrenatural porque, no começo, no  meio e no fim, é sempre o apelo de Deus que solicita homem e mulher, os ampara e os faz chegar à Fé.
            É livre, porque, sem o consentimento  da vontade, nem todo o oceano da divindade conseguiria  abrir as portas de nosso tabernáculo interior.
            Enfim, é racional porque, no começo, no meio e no fim, o ato de Fé é uma atividade eminentemente digna da inteligência humana.
            A primeira responsabilidade de um homem e de uma mulher de Fé consiste em  fazerem de sua Fé  uma parte importantíssima da vida, não para discuti-la, mas para vivê-la em todos os instantes do seu dia - a dia.
           A Fé, para ser viva e atuante, necessita de uma contínua atualização, pois somente assim deixa de ser algo abstrato, para converter-se em experiência pessoal e efetiva.
           O homem de Fé e o homem ateu não habitam mundos diferentes: simplesmente habitam de maneira diferente um só e o mesmo mundo.
          Ambos vivem a mesma vida concedida a eles por Deus, só que a vivem de modo diferente.
          E é muito importante esta verdade:
          A Fé, sobrenatural, racional e livre, amadurece no dia-a-dia do silêncio e da oração.

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