Minha prece de cada dia, na "Liturgia das Horas", não deve ser palavra que divide, pois sei que há quem nela creia e nela se apoie, como eu nela creio e nela me apoie nas várias horas do dia.
Todos fazemos nossas preces, no sentido de manifestarmos ao Pai de todos os pais nossos desejos mais íntimos e mais profundos.
Que prece poderá fazer em comum minha família e eu, católicos que somos, para além das divisões que infelizmente separam e se distanciam os cristãos entre si?
É preciso então que meus olhos se abram e que eu mesmo comece a superar o próprio egoísmo, sair de mim mesmo e me dedicar de vez, à custa de quaisquer sacrifícios, a esforçar-me para que o espectro do divisionismo não aja sobre mim.
Que meu ideal seja, apesar de minhas diminutas forças, permanecer fiel à Fé que meus saudosos pais me legaram, e possa eu também transmiti-la a meus filhos e netos.
Que eu me acostume a olhar em volta para descobrir irmãos e irmãs, marcados pela mesma vocação de dizer adeus ao comodismo e de marcar encontro com todos os que têm fome de verdade e comigo juraram dedicar a vida tentando abrir, através da justiça e do amor, caminhos para o entendimento e a paz.
Que eu, na minha comunidade religiosa, não perca tempo em discutir eventuais divergências, e tenha presente sempre que o importante para todos nós, crentes, seja unir-nos e caminhar, firmes, para o nosso objetivo comum, que é crescer na Fé e no serviço a nossos irmãos.
Que todos nós sejamos capazes do máximo de firmeza, sem cair no ódio, e do máximo de compreensão mútua, sem cair na conivência com o mal do divisionismo.
E que, dando uns e outros as mãos, nos acostumemos a fazer nossa a prece de Francisco de Assis, e seja ideal de nossa vida concretizá-la em todos os nossos atos do dia-a-dia:
Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz!
para onde há ódio, que eu traga o amor
para onde há ofensa, que eu traga o perdão
para onde há discórdia, que eu traga a união
para onde há erro, que traga a verdade
para onde há dúvida, que eu traga a Fé
para onde há desespero, que eu traga a esperança
para onde há trevas, que eu traga a luz
para onde há tristeza, que eu traga a alegria
Ó Mestre, possa eu preferir
consolar, que ser consolado
compreender, que ser compreendido
amar, que ser amado
porque sei
que é dando que se recebe
que é no auto-esquecimento que se pode encontrar
é perdoando que se é perdoado
é morrendo que se ressuscita para a Vida Eterna!
Que assim seja! Amém!
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Aroldo Teixeira de Almeida, professor aposentado do Quadro Próprio do Magistério Paranaense.
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