segunda-feira, 20 de julho de 2015

VIVEMOS E CAMINHAMOS DENTRO DE DEUS



                   Sempre que silencio totalmente minha alma de toda preocupação do dia a dia, e me ponho a meditar sobre Deus e minha relação com Ele, vem-me à imaginação a imagem de que, queiramos ou não, caminhamos e vivemos dentro de Deus.
                   E uma das imagens mais impressionantes dessa caminhada e vivência dentro de Deus para mim é o ar. Na verdade, Deus está em toda parte; caminho dentro dEle. Dentro dEle eu me movo, penso, falo, e gesticulo... Mas Deus é tão discreto, se esconde tanto, se apaga tanto, que nem dou por Sua presença.
                   Não é também o que acontece com o ar?
                   Eu me movo dentro dEle, mas dificilmente me dou ao trabalho de avaliar o quanto Lhe devo. Só consigo medir o que o ar representa para minha vida quando, de repente, ele me falta, num ataque de bronquite. Feliz, nesta hora, aqueles que podem apelar para balões ou tendas de oxigênio.
                   Deus me aparece ainda mais discreto do que o ar que respiro. Quando o ar me falta - e já me faltou um número incalculável de vezes, pela bronquite que tenho desde a infância,  - se não for atendido com urgência, minha vida se esvai.
                   E eu me ponho a meditar: há pessoas que perdem a Fé em Deus e conseguem viver tranquilas. O Senhor Nosso Deus não cria nenhuma sufocação, nenhuma angústia de morte para quem dEle se afasta, ou O ignora...
                  Seria tão bom que, em tempos normais, de saúde plena, eu me acostumasse a pensar, agradecido, no ar que me acompanha, me envolve, me protege, deixa-me viver.
                  Melhor ainda seria se, pensando no ar, eu pensasse também em Deus.
                  Quando tenho a oportunidade de contemplar um aquário, dentro do qual peixinhos vermelhos mergulham, felizes, indo e vindo, subindo e descendo, lembro-me de que assim, exatamente assim, eu deveria viver, mergulhado em Deus.
                   Aos domingos, ao término da Santa Missa, vendo as pessoas deixando a Igreja, para voltar para casa, muitas vezes me vem à cabeça: saímos de dentro da Igreja, mas não saímos de dentro de Deus. E se esse pensamento entrasse de vez, em minha vida de cada dia e de cada instante, com toda certeza eu viraria santo...       (?!)
                  Como ter a coragem de pecar, de ofender a Deus, se me lembro que vivo mergulhado nEle?!  Se estivesse bem vivo em minha alma que Deus está em minha frente, atrás de mim, ao meu lado, dentro de mim?
                  - como então encher-me de raiva por qualquer deslize de minha neta adolescente Isabela, órfã, que vive conosco? Como irritar-me com ela, perder a calma?
                  - como ser invejoso, ou avarento, ou vaidoso, ou orgulhoso e impudico?
                  E que eu não me encha de medo com o pensamento da presença divina que me acompanha dia e noite, me cobre com a Sua proteção, me envolve por todos os lados?
                  Deus não faz medo a ninguém. Ele é tão simples, tão bondoso, ao aparecer-me quando leio e medito em Suas palavras na Bíblia Sagrada, ou quando recito os vários ofícios da "Liturgia das Horas"... Complicado sou eu, criatura humana contingente e pecadora. Deus é muito mais humano do que eu...
                  E que enorme segurança me pode dar a certeza de que, em toda parte e sempre, estou cercado, rodeado por Deus... merecedor a todo instante da Sua misericórdia!...
                  É por isso que posso e devo cortar de minha vida, definitivamente, expressões como "solidão", "sozinho", "só". Não estou sozinho nunca!
                  Que poderia eu temer, ter medo, se dia e noite, a toda hora e sempre, está comigo o Criador, o Pai de todos os pais, o Senhor do Universo, o meu Deus!?...

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