segunda-feira, 14 de março de 2016

NEM TUDO ACABOU...



            Ementa:

            Nem tudo acabou com a morte de Jesus. O credo de sua nascente comunidade foi este: 
            O Crucificado vive para sempre junto de Deus, Seu Pai, sinal de esperança para nós.
            Ressurreição não significa volta à vida espácio-temporal, mas continuação da vida espácio-temporal naquela realidade inconcebível e abrangente, última e primeira que chamamos Deus.

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            a - "O Crucificado vive" -  Sua morte foi o fim de tudo?
            Evidentemente, não.  Permanece um fato inconteste:
            O movimento iniciado por Jesus deslanchou, de verdade, somente após Sua morte.
            Qual o seu fundamento?
      Quando examinamos as diversas tradições contraditórias e relatos legendários sobre os acontecimentos pascais, notamos "o testemunho concorde dos primeiros fiéis" que viam sua Fé baseada num acontecimento verdadeiro: o Crucificado vive para sempre junto de Deus, sinal de esperança para nós! As pessoas do Novo Testamento estão imbuídas e estimuladas pela certeza de que O que foi morto não permaneceu na morte, mas vive, e todos os que aderem com Fé e Confiança, também viverão.
            A nova e eterna vida de Um, como real esperança para todos.
            b - O que entendemos aqui por "viver"?
            - Não um retorno para esta vida espácio-temporal: a morte não será anulada (não haverá revivescência de um cadáver), mas definitivamente vencida (entrada numa vida bem diferente, imperecível, eterna, celestial).
            c - Não uma continuação desta vida espácio-temporal: o simples falar em "depois" da morte leva a equívocos: a eternidade não é fixada por antes e depois. Significa, muito mais, uma nova vida - que rompe as dimensões de tempo e espaço  -  no reino invisível, imperecível e inconcebível de Deus
( = Céu).     
            d - Ressurreição significa positivamente: Jesus não mergulhou no nada, mas na morte, e fora da morte mergulhou naquela realidade inconcebível e abrangente, primeira e última, foi recebido naquela realidade mais real que designamos pela palavra Deus.                                                                           Lá onde homem e mulher alcançam o seu "eschaton", a realidade última de sua vida, o que os espera?
            Não o nada, mas aquele Tudo, que é Deus.
            O crente sabe muito bem: morte é passagem para Deus, é entrada para o convívio com Deus, para aquele domínio que supera qualquer imaginação, que olho humano algum jamais viu, que se subtrai ao alcance de nossa percepção, compreensão, reflexão e fantasia: o Paraíso!

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Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.

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