sexta-feira, 11 de março de 2016

QUARESMA: A MORTE E A RESSURREIÇÃO GLORIOSA DE CRISTO



             Ementa:

             O fim violento de Jesus estava na lógica de Seu posicionamento perante Deus e o homem. Sua violenta paixão e morte foi reação dos guardas da Lei, do direito e da moral à Sua ação não-violenta: a morte na cruz torna-se consumação da maldição, frente aos fariseus, segundo a qual Jesus Se tornou o representante dos violadores da Lei, dos pecadores. Ele morre abandonado por Deus e pelos homens.

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            a - A morte como consequência:-  Jesus não apenas sofreu a morte passivamente, mas a provocou ativamente.

            - somente Sua pregação esclarece Sua condenação.
            - somente Seu proceder esclarece Seu sofrimento.
            - somente Sua vida e obra, juntas, esclarecem o que distingue a cruz dEle, das muitas cruzes
              na história universal.
          b - A maldição da Lei:- Para a época, a morte de Jesus significou que a Lei venceu. Questionada radicalmente por Jesus, ela revidou e O matou. A maldição da Lei acertou em cheio. Na condição de crucificado, Jesus é um amaldiçoado por Deus.
           Com isto, foi rejeitada Sua pretensão, Sua autoridade acabou, Seu caminho demonstrou-se falso: condenado está o herege, o pseudoprofeta, o sedutor do povo, o blasfemador de Deus! A Lei venceu este "Evangelho": não deu em nada esta "justiça melhor" com base numa Fé que, fundada em obras, se opõe à justiça da Lei.
              c - Representante dos pecadores:- Jesus aparece como o pecado personificado. Literalmente, o representante de todos os transgressores da Lei e dos sem-Lei, aos quais Ele substituiu e que, em última análise, mereciam receber o mesmo destino: o representante dos pecadores, no pior sentido da palavra,
           d - Abandonado por Deus:- Jesus morreu não apenas abandonado pelos homens, mas abandonado de todo por Deus: "Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?"
           A "singular comunhão com Deus", na qual Ele pretendia estar, configurou também o seu "singular abandono por Deus."
            Este Deus e Pai, com o qual Ele se identificou plenamente até o fim, não Se identificou ao final com Ele. E assim tudo pareceu ruir por terra. Ele, que anunciara abertamente perante todo o mundo a proximidade e a vinda de Deus, Seu Pai, morre neste total abandono por Deus: como alguém justiçado pelo próprio Deus...
            E porque a "causa" pela qual viveu e lutou estava tão intimamente ligada à Sua Pessoa, com Sua Pessoa ruiu também Sua causa. Na verdade, não existe uma causa independente dEle. Como acreditar em Sua palavra, depois que Ele emudeceu e morreu dessa maneira tão deprimente, como nos revelam os Evangelhos?
             Tudo acabou? Ou, talvez nem tudo tenha acabado com a morte de Jesus? Creio que se deve ter a máxima cautela ao responder. E é o que pretendo discutir num próximo texto.

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Aroldo Teixeira de Almeida é licenciado em Teologia Sistemática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.
          

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