Uma coisa é sumamente importante em nossa vida de cristãos: "voltar ao Pai de todos os pais". O Filho veio ao mundo e morreu por nós, ressuscitou ao terceiro dia e subiu para o Pai. Enviou-nos o Espírito Santo para que nEle e com Ele pudéssemos também voltar ao Pai.
Sim, para que pudéssemos passar completamente para além da névoa de tudo que é transitório e inconclusivo: "voltar ao Imenso, ao Primordial, à Fonte, ao Inconhecido, Àquele que ama e conhece, ao Silencioso, ao Misericordioso, ao Santo, Àquele que é tudo"; mensagem do monge cisterciense Thomas Merton, aos cristãos de todos os tempos e lugares.
Procurar algo, preocupar-se com algo fora desta procura essencial, é loucura e enfermidade. Pois esta procura é o sentido pleno e o cerne de toda existência humana. E é nisso que todos os negócios de nossa vida e todas as necessidades do mundo tomam seu sentido certo. Tudo aponta para essa única grande volta à Fonte.
Toda a meta que não é fim último, todo o "fim da linha", que podemos ver e planejar como "fim" ou "fins", são simplesmente absurdos, porque estas coisas nem têm início. A "volta" é a volta para além de todos os fins e o início de todos os inícios.
O "retorno ao Pai" não é um "voltar" no tempo, não é fechar o livro da História, nem reverter seja o que for. É ir adiante, ir além. Pois retroceder pelo mesmo caminho seria vaidade acrescentada à vaidade - renovação do mesmo absurdo em sentido reverso.
Nosso destino é seguir para além de tudo, deixar tudo, apressar para atingir o Fim e encontrar, no Fim, nosso Princípio, o Princípio sempre novo que não tem fim.
Obedecer-Lhe no caminho para alcançar Aquele em quem tive início, que é a chave e o fim - simplesmente Ele é o Princípio.
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Perdoe-me o eventual e sempre generoso leitor deste meu blog, mas é uma obsessão que me acompanha vinte e quatro horas por dia: a tristeza infinda pela morte prematura de minha filha Raquel, a cuja memória, diariamente, rezo minha prece, na qual procuro consolo e resignação:
Se eu pudesse,
na hora mais dolorosa
do sepultamento de minha filha Raquel,
quando a sua urna funerária
era colocada túmulo a dentro,
eu faria
com que uma revoada de andorinhas
pairasse sobre os presentes
lembrando
a sua ressurreição NA morte
como é a Fé
que me mantém vivo até hoje...
Oh! como seria bom
Se eu pudesse!
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