O diálogo da Fé trava-se entre Deus e o homem e a mulher.
Homem e mulher devem reconhecer que são seres engendrados, do contrário barram totalmente o acesso ao sobrenatural. Homem e mulher devem sair do assim dito inferno mundano: devem confessar-se egoístas, mentirosos, aceitar-se como pecadores.
É por isso mesmo que devem também conjuntamente respeitar a razão e não fazer dela um ídolo, isto é, devem estar abertos para um suplemento de luz, que vem de fora. Homem e mulher devem ser fiéis à Graça de Deus que continuamente os persegue.
Paternidade de Deus, salvação de Deus, luz de Deus, Graça de Deus, homem e mulher, na sua vivência de crentes em Deus, estarão no caminho de descobrir estas quatro riquezas se fizerem essa quádrupla confissão. Estas quatro riquezas encontram-se na pessoa de Jesus Cristo, de que a Igreja é testemunho, livremente, racionalmente e sobrenaturalmente.
A Fé é racional porque, na Igreja, nosso espírito encontra, ao mesmo tempo, as obscuridades inevitáveis e as claridades suficientes, que dão um sentido ao drama de homem e mulher na peregrinação de seu mundo. Acreditando no testemunho da Igreja, sua inteligência descobre a chave do seu próprio mistério, a solução das suas próprias penumbras no ato de Fé.
A Fé é livre porque, na Igreja, é o amor de Deus que se oferece por inteiro ao homem e à mulher, e este amor reclama a resposta livre do amor.
A Fé é sobrenatural porque, na Igreja, é a Graça Divina que nos solicita, nos ilumina. O fato externo da santidade na Igreja, que é o "signo erguido entre as nações", constitui para nós o testemunho de Deus, conforme a feliz tradução do cardeal Dechamps no Concílio do Vaticano.
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A Igreja é Cristo comunicado no Espírito. Em última análise, o que se deve ver na Fé é o Verbo Encarnado.
A Fé é livre, racional e sobrenatural, porque não se refere a uma doutrina impessoal, ou a um código de moral, mas a uma Pessoa que nos chama, nos ensina e nos ama.
A Fé é racional, porque Jesus é Verdade; é livre, porque Jesus é o Amor encarnado; é sobrenatural, porque Jesus é Deus encarnado.
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A Fé cristã é uma penumbra luminosa, porque essa penumbra tem também outro nome, o de Deus, que nunca amou tanto o homem e a mulher como no dia em que se decidiu a revestir a condição humana, na pessoa de Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo!
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E, terminando, lembro uma frase que não é minha, mas da nascente Igreja cristã. Como já disse em outro texto, num império pagão que a esmagava por todos os lados, ela testemunhava sua Fé na ressurreição do Filho de Maria. Essa frase é divinamente simples, porque inspirada no espírito de amor:
- "VINDE, SENHOR JESUS!"
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