domingo, 17 de agosto de 2014

COGITAÇÕES NA MADRUGADA



          Hoje de madrugada, ali pelas duas horas, insone, assaltou-me a impressão de que poderei morrer em breve, embora não esteja ainda tão velho (78 anos).
          Não sei exatamente que espécie de convicção esse pensamento acarreta, ou o que quero significar com isso. A morte é sempre uma possibilidade para todos. Vivemos na presença dessa possibilidade.
          Tenho, portanto, habitualmente, a consciência de que posso morrer e de que, se é esta a vontade de Deus, estou contente. "Ide ao seu encontro",  me diz um texto bíblico. E sob essa luz, compreendo a futilidade e inutilidade de meus problemas e preocupações, particularmente minha principal preocupação, que é, para mim, central: fazer feliz, o quanto possível, minha pequenina família - minha esposa e minha neta adolescente - da qual tenho a guarda.
          Não me sinto muito culpado quanto a isso, mas permanece uma preocupação, um foco que mantém o meu "ego" em vista e sinto-me um tanto quanto atabalhoado. Embora saiba por experiência que, sem essa preocupação e trabalho salutar em meu dia-a-dia, eu estaria muito mais me atrapalhando, muito mais obstaculizado por minha própria inércia e confusão.
           Se não estou inteiramente livre de tais preocupações, como cristão que procuro ser espero que o amor de Deus há de libertar-me desses fantasmas de minha mente confusa e intranquila.
           Sei que o importante é simplesmente voltar-me para Ele diariamente, colocar-me inteiramente em Suas mãos, procurando fazer a vontade dEle e Seu mistério, deixando de lado tudo quanto é, evidente e tangivelmente, "meu".

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