sábado, 9 de agosto de 2014
SOLIDÃO
Em plena madrugada
o vento traz um canto triste
não de serenata
não de um bêbado que passa
não de um louco
exaltado pela Lua
Parece uma cantiga
de quem se sentiu
forçado a cantar
para povoar
a própria solidão
Para que gravar
a canção inesperada
se ela
me acompanhará para sempre
e voltará à tona
e se acenderá em mim
cada vez que nas Vigílias
eu rezar
pelos insones e desesperados?
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Você aí, que está me dando o prazer de acessar este blog, já reparou que, às vezes, a gente assovia ou canta para ter a impressão de companhia?
E eu rezo:
- "É terrível, Senhor,
a impressão de solidão agora nestes meus quase oitenta anos, que vivi intensamente. Encorajai, pois, a mim e a quantos mais que guardam a impressão de que estão sobrando. Já não dão nada. Não fazem nada, só servem para atrapalhar.
Encorajai gente moça que está descobrindo razão para viver. Gente moça que não está aceitando um Mundo que só pensa em dinheiro, pensa que o dinheiro resolve tudo. Gente moça que não tolera injustiça e está se convencendo de que é sonho, puro sonho, um Mundo sem Oprimidos e sem Opressores.
Gente moça, velha por dentro, e que cai na indiferença, no cinismo, no sexismo, chegando, por vezes, ao aniquilamento das drogas.
Encorajai, Senhor, os casais que, morando na mesma Casa, não se encontram: são linhas paralelas, próximas, mas sem possibilidade de encontro.
Sabei, Pai de todos os pais, como a tendência é cada um jogar a culpa toda no outro. Talvez nem seja o caso de falar em culpa. O que quase sempre acontece é a falta de cuidado em alimentar o amor.
Por que é que os dois não têm este cuidado - de cultivar o amor, fazê-lo crescer ou, ao menos, não deixa-lo murchar?
Mas, infelizmente, como é comum - e eu falo por experiência própria - esposo e esposa se sentirem sós, apesar de estarem juntos no mesmo lar!...
É terrível a impressão de solidão, sobretudo quando se trata de pessoas que têm como missão semear Esperança, Amor e Paz.
Há pessoas que não podem perder a esperança. Se a esperança se apagar dentro delas, o que será de dezenas, de centenas de outras que vêm beber esperança numa fonte que nunca deveria secar?...
Pai: neste dia celebramos o "Dia dos Pais", e Vós, que sois o Pai de todos os pais, sabeis, como ninguém, que nossas pobres fontes humanas secam, se esgotam com a maior facilidade. Só mesmo apelando para as fontes de água viva, de que falou vosso Filho e nosso Irmão, Jesus Cristo. Somente elas é que não secam.
Elas são perenes, e jorram sempre para a Vida Eterna!
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Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.
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