(Em memória de minha filha Raquel, falecida em 21 de agosto de 2010)
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia
Passava, contentando-se com vê-la.
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que, com enganos
Assim, lhe era negada sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa a servir outros sete anos,
Dizendo: "Mais servira, se não fora
Para tão grande amor tão curta a vida!"
(Soneto de Luiz de Camões, um dos mais belos da Língua Portuguesa).
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Raquel, do hebraico "rahel" = ovelha, na genealogia bíblica.
Raquel foi mãe de José e de Benjamim, em cujo nascimento ela morreu. Foi sepultada no caminho entre Betel e Éfrata, como nos informa a Bíblia.
Era filha do arameu Labão, irmão da matriarca Rebeca, e pertencia à linhagem de Abraão. Pastora, bonita de corpo e de rosto., Raquel conheceu Jacó à beira do poço da aldeia, e os dois se apaixonaram logo à primeira vista. Labão contratou Jacó para trabalhar durante sete anos para ele, em troca da mão da filha. Começou deste modo a história da origem das doze tribos de Israel, o Povo de Deus.
O trecho do Gênesis 30, 22-24 mostra-nos Raquel como mãe de José, o patriarca de uma grande tribo israelita:
- "Então Deus Se lembrou de Raquel. Deus a atendeu, tornando-a fecunda. Ela concebeu e deu à luz um filho, e disse: - Deus retirou a minha desonra. - Ela lhe deu o nome de José, pois disse: - Que o Senhor me dê mais um filho".
A história de Raquel revela que os filhos de Jacó e de Raquel nasceram sempre com a ajuda direta de Deus, que interveio na vida dela curando-lhe a esterilidade. Foi mãe de José, o patriarca da grande tribo que recebeu as bênçãos de Javé e que se destacou entre as demais tribos do povo hebreu.
As duas mulheres de Jacó, Lia e Raquel, celebradas por Luís de Camões, tornaram-se mães dos doze filhos que deram origem às doze tribos de Israel. A bela história de Raquel e as sagas de seus filhos vêm narradas nos capítulos 29 a 31 do Gênesis.
Jacó trabalhava havia sete anos para seu tio Labão. Seu "salário" seria o casamento com a prima mais jovem, Raquel. O astuto Labão, porém, seguindo os costumes da região, na noite de núpcias introduziu furtivamente na tenda nupcial a filha mais velha, Lia.
O autor do Gênesis nos diz que Lia era "odiada", entretanto não revela quem a odiava. O pai a entregou a um homem que não a amava. A mulher que Jacó amava era realmente sua prima Raquel.
Nas sociedades patriarcais judaicas a posição das mulheres era determinada pelo número de seus filhos. Assim aconteceu a Raquel. Com o nascimento de cada filho, ela esperava ganhar o amor de Jacó, mas em vão. Foi certamente mãe realizada, apesar de esposa mal-amada.
Através de Lia e de Raquel, Jacó é pai dos doze filhos que estão na origem das doze tribos de Israel. É por essa razão que a Bíblia narra com detalhes os nascimentos dos descendentes de Lia e de Raquel. Elas são as grandes matriarcas do Povo de Deus. Infelizmente não havia meios para que Lia, a irmã mais velha e menos atraente, segurasse o amor de seu marido.
Até o fim da vida Raquel é que foi a predileta de Jacó. E o filho dela, José, tornou-se também o predileto do pai, Jacó.Os doze filhos de Jacó receberam a bênção patriarcal, e todos serão relembrados enquanto o Povo de Israel caminhar nesta Terra, e a Bíblia continuar a ser lida e meditada pelo Povo Cristão.
E concluindo:
Assim como para o tão grande amor de sua filha Isabela, de seus pais, de seus irmãos Carlos e Aroldo Júnior, assim também foi tão curta a vida da Raquel, minha filha querida, que partiu para a Casa do Pai de todos os pais, com apenas 43 anos de idade.
Mas, como a Raquel bíblica, que deixou filhos que foram a esperança e os fundamentos do Povo de Israel, assim também minha saudosa filha Raquel nos deixou a Isabela que, na sua radiosa adolescência, é a esperança e a alegria de seus velhos e sofridos avós.
Descanse na paz do Senhor, minha filha Raquel!
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