quarta-feira, 26 de março de 2014

OS ATEUS E O "CADÁVER" DE DEUS



          A Teologia, criteriosamente estudada, nos ensina que a Fé é sobrenatural, livre e racional.
         É sobrenatural porque, no princípio, no meio e no fim, é sempre o apelo de Deus que solicita homem e mulher, os ampara e os faz chegar à Fé.
         É livre porque, sem o consentimento da Vontade, nem todo o oceano da Divindade conseguiria franquear os umbrais do nosso tabernáculo interior.
          É racional, enfim, porque no começo, no meio e no fim, o ato de Fé consiste, entre outras coisas, em manter vivo o equilíbrio desses três polos entre os quais, como num campo de forças elétricas, oscila o ato de Fé.
      Para os que não são cristãos, esses três aspectos não passam de três faces do mesmo  absurdo. Homem e mulher modernos pretendem edificar um certo "humanismo" que dispensa Deus.
        O sobrenatural da Fé - dizem - só pode ser uma "alienação" da dignidade humana. Repete-se a cada passo que as "igrejas" têm explorado suficientemente homem e mulher, agitando, diante daqueles aos quais ludibriam, a armadilha da Vida Eterna. Em suma, a religião seria  mesmo o "ópio do povo"...
        Tempos atrás o assim dito existencialismo ateu também não poderia admitir que a Fé seja "livre", pela mesma razão: homem e mulher são seres solitários, abandonados, jogados no mundo. Sua única dignidade está em sua liberdade; só que essa liberdade não serve "para nada", mas 'É."  E vêm agora  reclamar por ela. Em nome de quê?
      Em nome de uma coisa absolutamente "irracional - , afirmo eu. Isto porque não existe verdade objetiva, senão apenas "valores" que homem e mulher "criam" por sua própria liberdade - afirmam eles. Admitir que o "absurdo" deste nosso mundo seja o inverso de um mundo transcendente,  -  "crer porque é absurdo" - é cometer o suicídio do espírito, bem mais grave que o do corpo. De qualquer maneira, seria desertar do mundo.
      O que os ateus modernos mais censuram à Fé é a "facilidade" que ela traria aos que a admitem. Antes, acusavam-na de grave e morosa; agora é o contrário: os homens e as mulheres sérios, graves, trágicos, estão do lado do ateísmo. Os gozadores da vida, os covardes, os alienados, são os que "descansam" em Deus...
     Nunca tais afirmações foram tão categóricas, nunca se proclamou tão audaciosamente como agora, este "evangelho"  às "avessas".
      No meu modesto entendimento, isto prova pelo menos uma coisa: os ateus modernos, além de festejarem a morte que deram a Deus, agora vivem obcecados pela dificuldade em dar fim ao "cadáver"...

                                                             *****************

Aroldo Teixeira de Almeida é professor aposentado do Quadro Próprio do MagistérioParanaense.
É bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, SP.




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