sexta-feira, 21 de março de 2014
CORAÇÕES AO ALTO
Durante a celebração da Santa Missa há um incisivo convite para quem dela participa: - "Sursum corda!" - Elevemos nossos corações ao alto, para Deus e logo mais para o Cristo Eucarístico que se fará presente sob as espécies sacramentais.
Palavras agradáveis de ouvir. Nossos corações ao alto, mas também nossa cooperação e missão para que outros muitos corações se elevem até nosso Deus e Senhor.
Infelizmente, porém, há corações cheios de travo, de revolta, de ódio. Ora, tudo isto pesa de maneira muito terrível. Como pesa a inveja. Como pesam o orgulho, a soberba, a vaidade, que tornam penosa a ascensão de nossa alma para o alto, para Deus!
Mas nem sempre o problema é o peso.
O coração avaro se afoga de tal modo nos cuidados com o dinheiro, com lucros sempre maiores a obter, com economias a realizar, que um emaranhado o prende a ponto de lhe ser impossível arrancar-se para o alto.
Há corações que sobem a dois, ajudando-se e estimulando-se mutuamente...
Há corações tão vazios, tão sem amor, que flutuam como penas ao vento: não chegam a subir, porque qualquer sopro os arrasta para longe...
Nos meus tempos de professor, gostava de ver uma esponja ou apagador que, de tanto apagar um quadro-negro, cheio de garatujas, permanecia impressionantemente seco... Creio que há corações assim.
Há corações que viraram uma pedra de gelo; outros, simplesmente uma pedra; outros se tornaram metálicos, de tanto pensar e lidar com dinheiro...
Será que meu próprio coração se eleva facilmente? E os corações à minha volta?
Importante é saber como dar asas aos corações, ajudando-os a elevar-se, com mais facilidade e rapidez.
A oração, a prece, vindo de dentro da alma, alivia o coração, torna-o alado como um pássaro...
Gestos de autêntico amor ao próximo, feitos como o Evangelho ensina - sem que ninguém saiba, nem a mão esquerda o que faz a direita - tornam o coração um pássaro de asas velozes e firmes.
- "Sursum corda". - Corações ao alto! - Cada vez que dissermos ou escutarmos estas palavras, lembremo-nos dos que andam de corações na fossa, na tristeza, sem ânimo, sem esperanças, sem razão de viver.
Corações ao alto!
Que esta expressão seja, em meus e em teus lábios, uma prece para que todos os corações de todas as criaturas humanas se ergam, se elevem para Deus, nosso Criador e Pai de todos os pais!
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Aroldo Teixeira de Almeida é professor aposentado do Quadro Próprio do Magistério Paranaense e
bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, SP.
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