quinta-feira, 27 de março de 2014

BELLINI, A TAÇA JULES RIMET E MEU PAI NOÉ TEIXEIRA



          A Gazeta do Povo, na edição desta sexta-feira, nove  de maio, traz um texto do José Carlos Fernandes, intitulado "O craque Bellini lá perto de casa".  Pois é. Em minha casa, quando eu residia em São João da Boa Vista, SP, Bellini não só esteve perto de minha casa, mas era muitas vezes recebido dentro dela, por meu pai, minha mãe, meus irmãos e eu. Ainda guardo, com carinho, uma foto autografada do grande e vitorioso "capitão" da Seleção Brasileira de Futebol, erguendo a Taça Jules Rimet, conquistada em memorável campanha.
          Taça merecida após muita luta de nossa Selleção para conquistá-la. E o fez com inegáveis méritos, e a foto de Bellini, com a taça erguida acima de sua cabeça, é a prova do valor e do heroísmo da Seleção Brasileira de Futebol, que a conquistou com muita honra e muita luta.
           Mas, a bem da verdade, preciso dizer que o gesto de Bellini, erguendo ao alto a Taça, teve uma ajuda de meu saudoso pai, Noé Teixeira, para que Bellini realizasse o gesto aclamado por toda a torcida brasileira.
            A carreira vitoriosa de Bellini teve inícios modestos, o que muita gente desconhece. Nascido em Itapira, interior de São Paulo, começou jogando em times de várzeas, até que, caindo nas vistas de dirigentes da "Sociedade Esportiva Sanjoanense", de São João da Boa Vista, SP, foi por ela contratado para reforçar a zaga do time.
            Acontece que o salário pago pela Sanjoanense não era suficiente para as despesas de Bellini, e ele teve que trabalhar nas suas horas de folga.
            É aí que entra em cena meu saudoso pai. Proprietário e profissional do "Salão e Barbearia do Noé", considerado, aliás, uma das melhores "barbearias" de São João da Boa Vista, ele foi procurado por dirigentes da Esportiva pedindo emprego para Bellini no seu salão, uma vez que o jogador fora também "barbeiro" na sua cidade natal.
            Com muito gosto  -  ele também apaixonado por futebol  - meu pai conseguiu  comprar mais uma cadeira de "barbeiro" para o seu salão, e a entregou aos cuidados do Bellini que, além de bom futebolista, nada ficava devendo à sua profissão anterior nas "barbearias" de Itapira...
           Pois é por isso que eu disse, no início de meu texto que, junto às mãos de Bellini, erguendo a gloriosa Taça Jules Rimet, estava também um dedo de meu pai ajudando-o a levantá-la!...
          "Empregado" de meu pai no "Salão e Barbearia do Noé,"  Bellini passava mais tempo ali do que no gramado da"Esportiva Sanjoanense", time modesto, sem grandes craques, mas que se destacava nos campeonatos regionais. E a presença de Bellini era imprescindível para as suadas vitórias do time.
         Nas suas folgas, tanto da "barbearia" de meu pai como dos treinos e jogos da "Sanjoanense" , Bellini era sempre benvindo em nossa casa, onde muitas vezes almoçava e jantava.
             Pena que sua presença na cidade foi por pouco tempo, visto que seu futebol começou a chamar a atenção da crônica especializada, e logo ele foi para outras paragens, contratado por times de melhor categoria.
             Guardo ainda com carinho a foto sua, levantando com muito orgulho a "Taça Jules Rimet", conquistada com honra e garra no friozinho da Suécia!
 
               

       

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