sexta-feira, 28 de março de 2014

O CRISTÃO E A FÉ



                      Neste meu blog, hoje, gostaria de expor algo que sempre foi objeto de minhas elocubrações: o diálogo da Fé que se trava entre Deus de um lado, e do outro lado o homem e a mulher.
                      Homem e mulher devem reconhecer que são seres engendrados, que é a mesma coisa que seres criados e, portanto, finitos, contingentes (= podem existir, como também podem não existir). Sendo seres criados e finitos, estão sujeitos a todas as deficiências próprias dos seres finitos, como a degeneração, a doença, a morte. Como seres livres, estão sujeitos também, diante do Criador, ao pecado.
                      Dentro da cosmovisão cristã, homem e mulher não podem barrar o seu acesso ao "sobrenatural". Em consequência, devem sair do inferno mundano: devem reconhecer-se egoístas, mentirosos, confessar que são pecadores.
                      Homem e mulher devem conjuntamente respeitar a "sua razão" e não fazer dela um ídolo: devem confessar a sua necessidade de um "suplemento de luz". Este suplemento é a Graça Divina.
                      Homem e mulher devem ser fiéis à Graça de Deus, que continuamente os procura e os incentiva à conquista de uma vida melhor.
                      Homem e mulher devem confessar a si mesmos que só a Fé realizará neles a unidade de corpo e de alma diante de Deus.
                      Paternidade de Deus, salvação de Deus, luz de Deus, Graça de Deus  -  homem e mulher estarão no caminho de descobrir estas quatro riquezas se fizerem essa quádrupla confissão. Estas quatro riquezas encontram-se na pessoa de Jesus Cristo, de que a Igreja é testemunho, livremente, racionalmente e sobrenaturalmente.l
        A Fé é racional porque, na Igreja, o espírito encontra ao mesmo tempo as obscuridades inevitáveis e as claridades suficientes que dão um sentido à vida de homem e mulher concretos. Acreditando no testemunho da Igreja, a inteligência descobre a chave do seu próprio mistério, a solução das suas próprias penumbras.
        A Fé é livre porque, na Igreja, é o amor de Deus que se oferece por inteiro ao homem e à mulher, e este amor reclama a resposta livre do amor.
        A Fé é sobrenatural porque, na Igreja, é a Graça Divina que nos solicita, nos ilumina.
        O fato externo da santidade na Igreja, que é o "signo erguido entre as nações", constitui para nós o testemunho de Deus, conforme o Concílio do Vaticano.
        A Igreja é Cristo comunicado no Espírito. Em última análise, o que se deve ver na Fé é o Verbo encarnado.
        A Fé é livre, racional, sobrenatural, porque não se refere, desde logo, a uma doutrina impessoal, nem a um código de moral, mas a uma Pessoa -  Jesus Cristo  -  que nos chama, nos ensina e nos ama.
        A Fé é racional, porque Jesus é a Verdade. 
        A Fé é livre, porque Jesus é o Amor encarnado.
        A Fé é sobrenatural, porque Jesus é Deus encarnado.

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         A Fé cristã é uma penumbra luminosa porque essa penumbra tem também outro nome  -  o de Deus    - que nunca amou tanto os homens e as mulheres, como no dia em que quis revestir a condição humana, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Aroldo Teixeira de Almeida é professor do Quadro Próprio do Magistério Paranaense. Licenciado em Letras Portuguesa e Francesa pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Jandaia do Sul, Pr. Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, SP.


        

        

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