terça-feira, 16 de julho de 2013

CAMINHAMOS DENTRO DE DEUS


              Sempre considerei que uma das imagens mais impressionantes de Deus é o ar. Deus está em toda parte, em todo lugar, e nós caminhamos dentro dEle. É dentro dEle que nos movemos, nos gesticulamos... Isto, porém, não impede que Deus seja tão discreto, se esconda tanto, se apague de tal maneira, que muitas vezes nem damos pela Sua presença.
             Pois não é também o que acontece com o ar? Nós nos movemos dentro dele, mas nem nos damos ao trabalho de pararmos um instante para avaliar o quanto lhe devemos. Só medimos mesmo o que o ar representa para nós, quando, de repente, ele nos falta. Felizes, nesta hora de aperto, os que têm a chance de apelar para balões ou tendas de oxigênio...
            Nosso Deus ainda é mais discreto que o ar. Sufocamos, parecemos morrer, quando o ar nos falta. Nossa vida se vai se, nessa circunstância, não formos socorridos a tempo.
            Contrariamente a isto, pessoas existem que perdem a Fé em Deus, e no entanto conseguem viver tranquilas, na ilusão de que Deus não lhes faz falta. E esta ausência de Deus em suas vidas não lhes cria nenhuma sufocação, nenhuma angústia de morte para quem dEle se afasta...
            Seria tão bom que, em tempos normais, de plena e perfeita saúde, a gente se acostumasse a pensar, com gratidão, no ar que nos acompanha, nos envolve, nos protege, nos propicia viver. Mas, muito melhor ainda, seria se, pensando no ar, pensássemos em Deus, que nos deu a vida e o ar, na Sua benevolência e infinita bondade.
            Muitas vezes, em visita aos parques - e há dezenas deles em Curitiba - gosto de contemplar os aquários, dentro dos quais os peixes, multicoloridos, mergulham, felizes, indo e vindo, subindo e descendo, e então, contemplando-os, lembro-me de que assim, exatamente assim, vivemos mergulhados em Deus.
            Nos domingos e dias santificados, ao término da Santa Missa, ao ver as pessoas deixando a Igreja, voltando para casa, me vem ao pensamento a intuição de que elas e eu, saindo da Igreja,  não saímos de dentro de Deus.
           Se tal pensamento entrasse, de fato, em nossa vida de cada dia, de cada hora, de cada instante, tenho certeza de que ficaríamos santos. Como ter coragem de pecar, de ofender a Deus, lembrando-nos de que vivemos mergulhados nEle?
           Se estivesse bem vivo em nós que Deus está em nossa frente, atrás de nós, nos lados, dentro de nós - como seria possível encher-nos de ódio? como irritar-nos? como perder a calma? como ser invejosos, ou avarentos, ou vaidosos, ou orgulhosos?
           E que ninguém se encha de temor, se encha de medo com o pensamento da Presença Divina que nos acompanha, nos cobre e nos envolve por todos os lados... Deus não provoca medo. Deus é tão simples, tão bom... Complicados e cheios de nove-horas somos nós, criaturas humanas. Deus é muito mais humano do que todos os homens e mulheres deste mundo...
           Pensando bem, que enorme segurança nos pode dar a certeza de que, em toda parte e sempre, estamos mergulhados em Deus!... De saída, podemos e devemos cortar de nossa vida palavras como "solidão", "sozinho", "só". Na verdade, não estamos sozinhos nunca!
          O que podemos temer, se dia e noite, a toda hora e sempre, está conosco o Criador e Pai de todos os pais, o Senhor do Universo, o nosso Deus!?...




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