sábado, 13 de julho de 2013

E POR FALAR EM 'INTELIGÊNCIA' FEMININA... (???)


          Escutei esta história faz já algum tempo, e não consigo lembrar-me de quem a tenha contado. Sendo assim, eu a passo para a frente e à minha maneira, pelo preço que me custou...
          Era uma vez um velho avarento que passou toda a sua miserável vida trabalhando que nem doido, e guardando com sofreguidão  todos os tostões que lhe caíam às mãos.
         Sua avareza era de tal modo escandalosa que, passando por uma moléstia mortal, e estando a pique de dar com os burros nágua, disse à sua prendada cara-metade:
        - "Me ouça com atenção, Genoveva: tenho certeza de que desta vez eu vou mesmo, então quero que Você pegue todo o meu rico dinheirinho e o coloque no caixão, junto com o meu cadáver. Faço questão de levar até o último centavo para a minha reencarnação no outro mundo, junto com o diabo... se é que existe mesmo essa desgraça..."
        Fez a cordata mulher prometer que lhe faria a vontade, e ela prometeu, por via das dúvidas.  E alguns dias depois o avarento "bateu as botas", muito contra o seu desejo.
        Os vizinhos e a mulher o colocaram dentro do caixão fúnebre, e todos ali se esforçavam por consolar a viúva, que se mantinha sentada ao lado do caixão, toda vestida de preto, dos pés à cabeça, e ali enxugava as sentidas lágrimas num lenço de seda  também preta, importado do Paraguai e herdado pela família.
        O pastor foi chamado, resmungou as suas rezas, recebeu o seu dízimo atrasado, e antes que o caixão fosse fechado, a mulher disse aos circunstantes:
      - Esperem um momento! - Tinha uma caixa de sapatos com ela. Aproximou-se do caixão e colocou a caixa bem apertada contra o corpo do defunto.
        Um amigo, que conhecia muito bem os costumes da família, disse-lhe com voz quase inaudível:
        - Espero que Você não tenha sido suficientemente doida para colocar toda a dinheirama dele dentro do caixão!
        E a resposta dela:
      - Claro que sim. Eu prometi ao finado que colocaria todo aquele dinheiro junto dele, e foi exatamente o que eu fiz...
      - Você está me dizendo que colocou dentro do caixão todos os reais que ele possuía?
      - Claro que sim! Mas não sou tão burra como Você e os outros machistas pensam. Juntei todo o dinheiro que foi do meu marido, depositei-o na minha conta, e passei-lhe um cheque, para ele descontar no inferno, quando lá chegar...
                                     
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       ...e termino esta história macabra, desejando às mulheres inteligentes uma ótima semana neste julho frio e custoso de passar...
       Tomo ainda a liberdade de lembrar, principalmente à minha esplêndida cara-metade que, no devido tempo, não se esqueça de colocar no meu futuro caixão um bem fornido cheque, mas devidamente nominal!

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