sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A SALVAÇÃO COMO DADO OBJETIVO


            É conhecida a anedota daqueles que devem escrever uma dissertação sobre o camelo. O alemão, dizem as más línguas, distingue o camelo "objetivo" e o camelo "subjetivo". Não sou alemão, mas neste meu blog de hoje vou retomar essa divisão.
            Do ponto de vista objetivo, homem e mulher são distinguidos por três aspectos da "salvação":
a justiça, a vida e o amor, e, enfim, a consciência da responsabilidade, que pode determinar até mesmo o sentimento da culpabilidade.
            Do ponto de vista objetivo, homem e mulher são abrangidos por três aspectos da "salvação":
a Justiça, a Vida e o Amor e, enfim, a consciência da "Responsabilidade", que  pode determinar até mesmo o sentimento de "Culpabilidade
            Do ponto de vista subjetivo, a noção de salvação, tal como eu a vejo, ao tentar deslindar  meu tão vasto problema, implica num dom que somente Deus pode conceder. É uma Graça, um apelo a que homem e mulher respondem; a resposta se faz na Graça, por ela e com ela. Mas, para homem e mulher modernos, qualquer aceitação me parece problemática, pois ambos  são "seres que se devem fazer", que devem agir, transformar o mundo "criando valores".

            JUSTIÇA

            Antes de tudo, a salvação é Justiça. Dentre três homens e mulheres, dois não dispõem do mínimo necessário à vida, neste nosso mundo. Muitos cristãos me parecem ter a impressão de que Deus é 'ineficaz'. A salvação realiza a Justiça terrestre. É verdade que o Reino de Deus, como aprendi na Teologia, não é deste mundo, mas ele  deve "começar neste mundo".
            Todos os que levaram a sério a Graça e o Amor de Deus  e dos homens e mulheres realizaram na Terra um começo desta Justiça, que é um dos atributos de Deus na Bíblia Sagrada.
             Lendo a vida dos santos, descobri que São Vicente de Paulo, São João Bosco, Santa Catarina de Gênova, encontraram soluções onde homem e mulher haviam desanimados. Representam eles a Esperança concretamente vivida. Mas, ao que me parece, esta Justiça realizada pelos santos, por lhe faltar institucionalização, não  conseguiu fazer nada, uma onda alta que transformasse as estruturas econômicas e sociais, políticas e culturais de uma sociedade.
             A Igreja deseja que o laicato anime cristãmente as estruturas temporais. Importa que os cristãos, de preferência leigos, participem desta missão , para tornarem conhecida a doutrina cristã, porque  acreditam ser ela mais verdadeira, mais capacitada para integrar um certo número de valores no plano humano.
             Os católicos e os demais cristãos vêm atualmente empenhando um belo esforço nesta linha. Não digo que logo se devam mudar as estruturas antes de se anunciar o Evangelho - cumpre fazer "as duas coisas conjuntamente".
             Cumpre fazer "as duas coisas conjuntamente".

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