Depois de muita procura, consegui encontrar numa de nossas livrarias o texto integral do "Diário" de Anne Frank, a pequenina judia de treze anos, que morreu, juntamente com sua irmã Margot, nos horrores de Bergen-Belsen, o campo de concentração nazista. Aí também encontraram a morte nos fornos crematórios e nas câmaras de gás milhares de prisioneiros judeus deportados de várias regiões da Europa, na segunda guerra mundial.
Uma ressalva: Anne Frank morreu de morte natural, vitimada pelo tifo, devido às péssimas condições higiênicas do campo. Sua mãe e a irmã Margot morreram nas câmaras de gás. Seu pai sobreviveu, e passou o resto de sua vida divulgando o "Diário" da filha por toda a Europa.
Uma ressalva: Anne Frank morreu de morte natural, vitimada pelo tifo, devido às péssimas condições higiênicas do campo. Sua mãe e a irmã Margot morreram nas câmaras de gás. Seu pai sobreviveu, e passou o resto de sua vida divulgando o "Diário" da filha por toda a Europa.
Alguns dias antes de morrer Anne Frank escreveu em seu Diário esta frase, cujo espírito perpassa por todo o livro:
- "Verdadeiramente minha vida mudou, e para melhor, porque Deus não me abandonou e não me abandonará jamais."
Estas palavras me fazem lembrar daquelas outras proclamadas não pelo Deus de Israel, mas por Seu Filho, tornado homem na Terra, para assumir a condição e os sofrimentos de homens e de mulheres, bem como dar a eles e a elas um novo sentido à sua Esperança:
- "Deixai vir a mim os pequeninos."
Apesar de saúde frágil, marcada por sofrimentos horríveis nos meses de cativeiro, a alma juvenil de Anne Frank era daquelas que, desde sempre, responderam às palavras de Jesus de Nazaré
- Deus nunca a abandonou.
Naquele campo de torturas e mortes de Bergen-Belsen, com seus fatídicos fornos crematórios nos quais muitíssimas vezes ela contemplou horrorizada centenas de crianças judias chegando em pesados caminhões e sendo atiradas às chamas pelos soldados nazistas, é preciso confessar que este Deus Anne mal conseguia defini-Lo. Entretanto, Sua imagem estava presente sempre no coração da pequena Anne, e nunca haveria mesmo de abandoná-la, até seus derradeiros dias de vida, como nos comprova o Diário.
E eu o creio, tendo-o lido uma dezena de vezes, intuindo que o Deus de Israel, o "Abbá/Pai-Mãe" de Jesus de Nazaré, que também é Pai-Mãe de todos os torturados pela barbárie nazista, e continuam sendo torturados ainda hoje em vários recantos deste nosso planeta. No mais profundo de nossas fraquezas humanas, no recesso mais sombrio de nossas angústias e revoltas, a pequenina Anne representa para nós uma das mais eloquentes imagens da nossa Esperança Teologal.
Ela, que se considerava um nada, conseguiu romper a muralha de silêncio culposo das várias religiões para mostrar ao mundo inteiro, nas páginas de seu Diário, a chaga sangrenta das deportações e do extermínio metódico dos judeus - homens, mulheres e crianças - nos campos de concentração. E pensar que nós, no Brasil, estivemos bastante próximos dessa nefasta ideologia nazista, na sua versão tupiniquim do integralismo de Plínio Salgado, cópia mal feita do fascismo de Mussolini, aliado inconteste de Adolf Hitler...
O Prêmio Nobel da Paz de 1958, o Padre Pire, deu à sua sexta aldeia europeia, que acolhia os refugiados de todos os cantos da Europa, o nome de Anne Frank, a menina querida de todo o Mundo.