"- Alargar pensamento e coração."
Esta frase, que encontrei no livro "O deserto é fértil", do saudoso arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, falecido em agosto de 1999, fez-me compreender que é desejável que haja amor prioritário em favor dos que chamamos de "pequena família", o grupo humano dentro do qual nos veio a vida, a existência neste mundo.
Seja qual for nossa condição de vida, é importante que cada um de nós pense em si mesmo e nos entes queridos que o rodeiam, mas não se deixe fechar-se no círculo estreito de sua pequena família. É primordial, para si e para os outros, que se adote de vez aquele valor inestimável que é a Família Humana.
É muito compreensível e desejável que haja amor prioritário pela pátria, pela raça, pela língua, pela religião, seja ela qual for.
Amando nossa pátria e todo o seu contexto humano e espiritual que particularmente o afeta, não nos sintamos estrangeiros em lugar nenhum do mundo. Sintamo-nos homens ou mulheres no meio dos homens e mulheres com quem convivemos. Alimente-nos sempre a consciência de que somos humanos. Que temos uma voz humana. Que nenhum problema de nenhum de nossos irmãos humanos nos seja indiferente.
"Alargando nosso pensamento e coração", é salutar que vibremos com as alegrias e esperanças de todos que nos circundam. Adotemos como nossos os sofrimentos e humilhações de nossos irmãos humanos. Façamos que nossa escala de amor efetivo seja a Terra inteira ou, melhor ainda, o Universo.
Peço licença para recordar algumas definições que sempre tenho em mente: pusilânime que, para mim, indiferente às definições do dicionário, é a pessoa que tem alma pequena e mesquinha. Magnânimo, ao contrário, é quem possui alma grande, profunda e larga.
Em todos os pensamentos, desejos, palavras e atos, cumpre-nos sermos, de verdade, magnânimos, e que risquemos de nosso dicionário expressões como "inimigo", "adversário", "inimizade", "ódio", "ressentimento", "inveja", "rancor".
E neste mesmo contexto, um lembrete: ai de quem acredita no próprio valor, de quem se julga maior ou melhor do que ninguém. Na verdade, é possível provar que ninguém é tão pobre como quem mais recebeu. Se recebeu, é sinal de que não tinha. Se recebeu, é prova de que não tem por força própria e valor pessoal. Portanto, se recebeu, deve assumir a obrigação moral de pensar nos outros e retribuir, servindo-os. E servir ao máximo, "alargando pensamento e coração", conforme o lema de Dom Hélder Câmara, lembrado no início do texto.
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Peço vênia para repetir minha oração de todos os dias:
Se eu pudesse
na hora mais dolorosa do sepultamento
de minha inesquecível filha Raquel
quando a sua urna funerária
era colocada túmulo a dentro
eu faria
com que uma revoada de andorinhas
pairasse sobre os presentes
testemunhando
a sua ressurreição NA morte
como é a Fé
que me anima e que me mantém vivo
até hoje
Oh! como seria bom
Se eu pudesse!...
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