É bom que ninguém se iluda, ninguém aja de maneira ingênua: quem escuta a voz de Deus no âmago de seu coração, faz sua opção interior e arranca-se de si e parte para lutar pacificamente por uma sociedade mais justa e mais humana, não pense que vai encontrar caminho fácil. Muito menos pétalas de rosas debaixo dos pés, multidões à escuta, aplausos por toda parte e, permanentemente, como proteção decisiva, a Mão de Deus.
A verdade nua e crua, infelizmente, é esta: quem se arranca de seu comodismo e parte como pregoeiro da justiça e da paz, prepare-se para enfrentar desertos. E que desertos! Muito piores que o Saara!
Os grandes e poderosos, que poderiam ser uma ótima ajuda, desaparecem, muitas vezes passando a represálias. Não raro financiam campanhas na mídia, que se tornarão tanto mais rudes e virulentas, quanto mais pressentirem perigo à vista.
Terrível é que os pequenos tendem a intimidar-se e desistem da luta. Quem vive em dependência total quanto a moradia, emprego e salário, quem sabe que os grandes têm tudo na mão (manobrando homens e acontecimentos com incrível facilidade) pensa na própria situação e, sobretudo, pensa na família e é dominado pelo temor.
A reação espontânea, natural e compreensibilíssima é fugir. Ficam na liça os menos dependentes ou os mais conscientizados, dispostos ao que der e vier.
Chega um instante em que se olha em volta e tem-se a impressão de ser um amigo incômodo: amigo que cria má vontade e suspeita para quem o recebe; amigo desejado no íntimo, mas temido pelas interpretações dadas ao gesto de receber alguém mal-visto, mal-julgado, tido como perigoso e subversivo.
Tem-se a impressão de que fala para as areias do deserto. Tem-se a sensação de que vêm falando no deserto todos os que, através dos séculos, se preocupam com a justiça e o bem-estar de seus semelhantes.
Então as injustiças se alastram e se aprofundam. Cobrem, para quem tem olhos de ver, mais de dois terços da Terra. Só as pedras escutam. Ou homens e mulheres de coração de pedra...
O cansaço, aos poucos, vai passando do corpo para a alma. E todos sabemos que cansaço de alma não tem comparação com os mais pesados e terríveis cansaços do corpo...
Impressão de deserto em volta, enquanto os olhos o atingem. Areia fofa na qual as pernas se enterram até os joelhos, tornando quase impossível a caminhada. Quando não, tempestade de areia vidrenta e quente, machucando as faces, entrando nos olhos e ouvidos a dentro...
Até chegar-se ao auge do sofrimento: deserto exterior, deserto dentro da alma, impressão de abandono pelo próprio Pai: - "Meu Deus, meu Pai, por que me abandonaste?"
Quem não confia na própria força; quem se protege contra toda e qualquer adversidade e amargura; quem se mantém humilde; quem se sabe que está nas mãos de Deus; quem não deseja senão participar na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, este e esta, não desanimam, não perdem a esperança.
É porque sentem, no profundo da alma, a presença invisível, a sombra protetora do Pai de todos os pais!..
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A minha oração constante, de todos os dias, de todas as horas, de todos os momentos:
Se eu pudesse,
na hora mais dolorosa do sepultamento de minha filha Raquel
quando a sua urna funerária
era colocada túmulo a dentro
eu faria com que pairasse sobre os presentes
uma revoada de andorinhas
testemunhando
a sua ressurreição NA morte
como é a Fé
que me anima e me mantém vivo até hoje
Oh! como seria bom
Se eu pudesse!...
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A minha oração constante, de todos os dias, de todas as horas, de todos os momentos:
Se eu pudesse,
na hora mais dolorosa do sepultamento de minha filha Raquel
quando a sua urna funerária
era colocada túmulo a dentro
eu faria com que pairasse sobre os presentes
uma revoada de andorinhas
testemunhando
a sua ressurreição NA morte
como é a Fé
que me anima e me mantém vivo até hoje
Oh! como seria bom
Se eu pudesse!...
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