domingo, 29 de setembro de 2013

A DOR DA SOLIDÃO


          Faz hoje dezessete dias que meu filho Júlio adormeceu no Senhor. Que a misericórdia de Deus o cubra com seu manto e que Deus o tenha na Sua paz.
          Minha netinha Isabela, de quem o Júlio foi padrinho de batizado, minha esposa Cleusa e eu, com o falecimento do Júlio, parecemos viver imersos numa enorme solidão. É então que elevamos uma prece até o Senhor Jesus:
           - "É terrível, Senhor, a impressão de solidão. Então nós recorremos a Ti:  Encorajai os que guardam a impressão de que, estando sós, guardam a impressão de que estão sobrando. Já não dão nada. Não fazem nada, parece que só servem para atrapalhar os que os rodeiam.
            Encorajai, Senhor,  a nós três que, morando na mesma casa, quase não nos encontrando, cada qual vivendo a sua dor mas que não se encontram: parecem linhas paralelas, próximas, entretanto sem possibilidades de um encontro efetivo e principalmente afetivo.
           Sabeis, Pai, como a tendência é cada um jogar a culpa toda ao  outro: - Por que é que não cuidamos dele, não tomamos conhecimento de seus problemas, não procurando um sadio diálogo para saber de seus sofrimentos internos, e que acabaram por levá-lo ao gesto extremo de abdicar da vida? Por que não o internamos numa clínica, que pudesse curá-lo e devolvê-lo a nós em pleno uso de sua inteireza mental e psicológica, para continuar vivendo a vida que Deus lhe deu para que ele a cultivasse no dia-a-dia, e a fizesse produzir frutos que todos nós, de uma ou de outra maneira, sempre esperávamos?
            Talvez nem seja o caso de falar em culpa de quem quer que seja. Agora, depois de seu trágico e incompreensível falecimento, temos de aceitar a conclusão de que o que quase sempre houve entre nós foi a tendência acomodatícia de não cuidarmos de alimentar o amor, este amor entre pais e filho que é o melhor e mais eficaz remédio para todos os males que podem afetar uma família.
            O caso é que falhamos. E nosso filho Júlio, como ele mesmo escreveu em seu testamento: "Perdi a alegria de viver", talvez por uma certa fraqueza em enfrentar os problemas que o  atormentavam, decidiu abdicar da vida, num gesto para todos nós tresloucado.
            Sabemos que ninguém neste mundo pode perder a esperança. Se a esperança se apagar dentro de nós, que será de nós se deixarmos secar a fonte que não deve nunca secar?... Pois essa fonte, que nunca deveria secar, meu filho Júlio a sentiu secar e, perdida a esperança de tê-la de volta na sua vida, preferiu o caminho que lhe pareceu mais fácil: se a vida parece difícil, abdiquemos da vida!... E encontremos a paz!...
             Ora, Senhor nosso Pai: sabeis como ninguém que nossas pobres fontes humanas um dia secam, se esgotam  com a maior facilidade. Só mesmo apelando para as fontes de água viva, de que falou Vosso Filho e nosso Irmão, Jesus Cristo. Somente elas não secam. São perenes e jorram para a Vida Eterna!
             É nesta esperança que minha netinha Isabela, sua avó e eu, com plena confiança na Misericórdia de Deus, rogamos a Ele para que a Sua Misericórdia cubra com seu manto o nosso infortunado filho Júlio César Teixeira de Almeida, que adormeceu no Senhor em 12 de setembro de 2013.
             Que Deus o tenha na Sua Paz!
    

Um comentário:

  1. Olá querido Mestre...sua dor é a dor de todos os pais e mães, nesta hora difícil...
    Quantos e quantos acontecimentos terríveis estão ocorrendo todos os dias...
    Cada família tem sua CRUZ para carregar...erga sua cabeça, faça suas orações siga em frente...muitas pessoas precisam do SENHOR QUERIDO MESTRE...Também de você querida amiga CLEUSA...
    Deus abençoe todos vocês.. em.todos os momentos..

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