Dizem os experts no assunto que há diversas maneiras de ser feliz, e todo homem e toda mulher têm a capacidade de fazer de sua vida o que ela precisa ser para que tenham uma dose razoável de paz e de felicidade.
Por que então nos perseguimos a nós mesmos com exigências ilusórias, nunca estamos satisfeitos até sentirmos ter-nos conformado a algum padrão de felicidade que é bom, não para nós apenas, mas todos quantos nos rodeiam?
Por que não podemos contentar-nos com o dom gratuito de felicidade que Deus nos oferece, sem consultar o resto do mundo?
Por que insistimos, antes, numa felicidade aprovadas pelos jornais, pelas revistas, pela TV? Talvez por não acreditarmos numa felicidade que nos é dada por Deus, de graça. O fato é que não cremos poder ser felizes com uma felicidade que não traz uma etiqueta com o seu preço nela marcado.
Se somos bastante tolos para ficar à mercê de pessoas ou de entidades que querem vender-nos a felicidade, jamais será possível nos contentarmos com alguma coisa. Como aproveitariam eles se nós nos contentássemos? Aí então não precisaríamos mais de seu apregoado produto.
A última coisa desejada pelo vendedor é que o cliente fique satisfeito. De nossa parte servimos em nossa sociedade opulenta e de consumo, se não estamos sempre prontos no ato de agarrar o que ainda não temos e que nos é oferecido, não atinamos com que objetivos.
Deus nos dá a liberdade de forjar a nossa própria vida dentro da situação concreta em que nos encontramos, que é o dom de Seu amor para conosco, e por meio do poder a nós concedido também por Seu amor.
A verdade, porém, é que nos sentimos culpados, porque nos julgamos perfeitamente capazes de encontrar a felicidade na vida que Ele providenciou para nós, e na qual podemos andar, satisfeitos, ajudados por Sua Graça. Mas temos vergonha de fazê-lo. Pois temos necessidade de mais uma coisa: precisamos de aprovação. E essa necessidade de aprovação acaba destruindo nossa capacidade de sermos felizes.
Para a classe média a que pertencemos ou julgamos pertencer, a aprovação tem de ser comprada - não uma vez, não dez vezes, mas mil vezes por dia.
O famoso escritor francês, que eu muito estimo e de quem sou leitor fanático, Léon Bloy, fez certa vez o seguinte comentário sobre esta característica de nossa sociedade: um homem de negócios dirá de alguém que conhece essa pessoa se conhece que ela tem dinheiro.
Dizer de alguém "não o conheço" significa, no reino dos altos negócios, "não estou bem certo de que pagará seus débitos."
Mas se tem dinheiro, e o prova, então "eu o conheço..."
Assim, temos que ganhar e possuir muito dinheiro e gastá-lo prodigamente, para sermos conhecidos, reconhecidos como seres humanos.
Sem isso, somos uns pobres e infelizes excomungados!...
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"Se eu pudesse,
na hora mais dolorosa
do sepultamento de minha filha Raquel,
quando a sua urna funerária
era colocada túmulo a dentro,
eu faria com que voasse sobre os presentes
uma revoada de andorinhas,
lembrando a sua ressurreição NA morte,
como é a Fé
que me mantém vivo até hoje...
Oh! como seria bom
Se eu pudesse!..."
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Em tempo:
Apesar de alguma voz em contrário, a comunidade paroquial a que pertenço continua a rezar, diariamente, para que a Somália saia da pobreza, e que as crianças de lá não mais morram de fome.
Isto porque, ou se crê, ou não se crê nas palavras de Jesus Cristo:
- "Pedi e recebereis". Por isso nós continuamos pedindo. E tenho certeza de que teremos uma resposta satisfatória, porque Deus é fiel e não contraria Suas promessas e nem nossa esperança.
É claro que sei também da liberdade humana.
Mas, mais do que tudo, creio na ação do Espírito Santo, que ilumina a mente das pessoas de boa vontade, respeitando-lhes integralmente sua liberdade, para que elas tomem as melhores resoluções que sejam benéficas a si mesmas e ao seu próximo. O resto é conversa para boi dormir.
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