sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A LEI DO AMOR


          "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei."

          Apesar de todos os pesares, eu ainda acredito nessa lei do amor, promulgada por Jesus de Nazaré pelos caminhos da Palestina. O primeiro e maior mandamento. E o segundo lhe é semelhante.
          Que é essa lei do Amor?
        Parece-me que há uma certa  tendência que leva muita gente, inclusive eu em alguns entreveros do dia a dia, a pensar nessa lei de Cristo com algum mal-estar, talvez por considerá-la um ditame que interfere com nossa existência ordinária, natural, humana. 
         É evidente que eu considero muito salutar, e mesmo "salvífica", essa interferência. De maneira alguma eu tenho como indevida tal interrupção de minhas tarefas ordinárias. Contudo ela me constitui um estorvo.
        No entanto, a "Lei do Amor" (Amor sobrenatural, bem entendido), costuma interferir também na assim considerada Lei da Natureza, que suponho ser-lhe oposta. É quase sempre com um suspiro de resignação que renuncio a alguma coisa a que me sinto espontaneamente inclinado e me volto a esse "penoso dever", o dever do amor, imposto por alguma razão misteriosa, por Jesus, talvez para nos "salvar". Bem, a verdade, evidentemente, é que eu quero ser salvo, mas podia ser um pouco mais fácil, não podia?
       O certo, para quem leva a sério essa Lei do Amor, é que ela é a mais profunda lei de nossa natureza. Não é algo de estranho e alheio à nossa natureza. Na verdade, se eu a acolho mais como um dom da ternura de Cristo para conosco, ela nos inclina e nos leva a amar livremente.
    E por que cheguei eu a esta conclusão? Com plena certeza porque a exigência mais profunda e fundamental das leis de Deus em nossos corações é que alcancemos nossa plena realização, amando. Não basta que eu ou você participemos de uma natureza humana. Temos de agir como pessoas humanas.
     Temos de exercitar todas as mais profundas capacidades de nossa natureza. Mais que isso, voltando a mim: tenho de agir como pessoa - E livremente! Logo que comecei a existir, ainda nos braços de minha mãe, comecei já a estar sujeito à Lei do Amor.
    É bom que se diga que a Lei do Amor não é uma lei que me ordene viver mergulhado em certas consolações sentimentais, tão comuns em livros populares de espiritualidade. Esta Lei me obriga, sim, a me engajar na dinamização desse formidável potencial existente em mim, como em todos os meus semelhantes.        Numa palavra, o mandamento que me ordena amar ao meu próximo é uma ordem que consegue me elevar acima dos mecanismos do instinto natural, a utilizar livre e deliberadamente uma força natural existente em mim, em vez de me deixar ser conduzido por ela e segui-la cegamente, sem um seguro discernimento.
    Somente essa liberdade na utilização do impulso natural pode elevar-me a um nível pessoal e espiritual. Contudo, a liberdade não nega obrigatoriamente, nem abdica de todo a natureza.
     O amor é, ao mesmo tempo, dependente e livre. Depende de valores objetivos e cria, também, novos valores. Isto porque a Lei do Amor é uma lei que me ordena acrescentar novos valores ao mundo que me foi dado por Deus, através do poder criativo que Ele colocou em mim - fazendo-me co-criador com Ele!


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                                                  - "Se eu pudesse,
                                                      na hora mais dolorosa
                                                      do sepultamento de minha filha Raquel,
                                                      quando a sua urna funerária
                                                      era colocada túmulo a dentro,
                                                      eu faria com que voasse sobre os presentes
                                                      um bando de andorinhas,
                                                      lembrando a sua ressurreição NA morte,
                                                      que é a Fé que me mantém vivo até hoje...
                                                      Oh! como seria bom
                                                      Se eu pudesse!"

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