sábado, 16 de fevereiro de 2013

VIAGEM AO REDOR DE BENTO XVI


       Joseph  Aloisius Ratzinger, 85 anos.
      Eis aí o homem: padre, bispo, cardeal, Papa e, a partir de 28 de fevereiro de 2013,  ex-Papa.
      Nasceu em Marktlam Inn, na Alemanha, em 16 de abril de 1927, nove anos antes de mim, que cheguei a este mundo, por obra e graça de meus pais, Noé e Julieta, em 29 de janeiro de 1936, na zona rural do pequeno município de Caldas, sul de Minas Gerais. 
    A cidade de Caldas era famosa na época de meu nascimento por ser a capital do vinho, no Estado. Sendo meu pai, nessa época, pequeno comerciante, e do âmbito vinícola,"eu amarrei meu primeiro fogo" na vida justamente com uma taça de vinho.
     Por ser "expert" na bebida cuja invenção é atribuída ao deus mitológico Baco, meu pai foi convidado para a inauguração de uma adega, na cidade, e levou-me consigo. Inaugurada a adega, foi servida aos presentes uma rodada do primeiro vinho recém-produzido. Deram-lhe uma taça enorme cheia até às bordas, e ele, vendo-me ao seu lado, deixou que eu desse uma "bicada" no seu vinho e eu, sem maiores precauções, por não saber o efeito, virei a taça de uma vez só, embebedei-me na primeira vez em minha vida, dormi ou desmaiei, e fui levado para casa na carroceria de um caminhão. Por mal dos meus muitos pecados mortais, até hoje sou censurado pela minha mulher, a dona Cleusa, por ser fissurado nesse sub-produto da uva... esquecendo-se ela de que o próprio Cristo escolheu o vinho para a Sua Eucaristia!
      Mas, voltando ao Joseph Ratzinger, do início.
     Além de padre, bispo, cardeal e finalmente Papa, ele foi um intelectual e escritor de fama internacional. Sua obra teológica e pastoral compreende mais de 600 artigos em jornais e revistas, e uma centena de livros traduzidos em várias línguas. Desses, eu tenho os dois primeiros volumes de sua  principal obra, projetada para  três volumes, a que ele deu o nome de "Jesus de Nazaré".
     Quem diz "Papa", está se referindo à maior autoridade da Igreja Católica. O Papa vive na sede da Igreja, o Vaticano, que fica na Itália, e é considerado o menor Estado independente do mundo.
     Entre suas tarefas, além da mais grandiosa e difícil, que é governar os milhões de católicos espalhados pelo mundo inteiro, comandar a Igreja, escolher qual padre deverá ser bispo, e qual bispo deverá receber as insígnias de cardeal da Igreja Católica, o Papa geralmente, sendo um intelectual como Joseph Ratzinger, além de promulgar encíclicas, que constituem a maneira mais comum de difundir suas mensagens para o mundo, também pode escrever livros, que quase sempre se tornam verdadeiro sucesso de livrarias.
     O Papa é eleito pelos Cardeais, numa reunião chamada de "consistório", ou "conclave".  (conclave significa com chave, porque os cardeais eleitores se reúnem num recinto fechado a chave, daí, conclave).  Geralmente é escolhido um dentre eles, mas não é impossível que seja eleito um que não é cardeal, como já aconteceu em algum momento da História.
     A palavra "Papa" não passa de uma sigla, em latim: "Petri apostoli potestatem accipiens" que, em língua de gente, pode ser traduzida por "aquele que tem o poder do Apóstolo Pedro", pois a tradição e a História consideram Pedro o primeiro Papa da Igreja Católica.
    Joseph  Ratzinger, Papa Bento XVI até o próximo dia 28 de fevereiro, quando abdicará do pontificado, ordenou-se padre em 1951, tornou-se arcebispo de Munique e Frisinga, na Alemanha, e recebeu o chapéu cardinalício em 1977. O Papa João Paulo II, de saudosa memória, nomeou-o em 1981 Prefeito da Congregação pela Doutrina da Fé, sucessora moderna da famosa Inquisição, na Idade Média, malsinada pelas centenas e centenas de condenações à morte, principalmente pela fogueira, como foi o caso da heroína francesa, Joana dArc.
     O Papa Bento XVI, como todos os Papas costumam fazer, publicou o seu primeiro documento oficial (= encíclica) a que deu o título de "Deus caritas est" (Deus é Amor), em 2006, pela Livraria Editora Vaticana. Eu a tenho em minha estante de livros, é de leitura fácil e agradável, e já a li e anotei do começo ao fim pelo menos duas vezes no ano que passou.
      Bento XVI diz que se retirou para a solidão de um mosteiro, para dedicar-se à oração e à contemplação. Espero que ele, nas suas orações, pode ser que, num lampejo do Espírito santo, se lembre de um blogueiro de Curitiba que sempre o admirou, e admira ainda mais hoje, quando ele, num gesto de edificante humildade, abandonou o enorme poder que tinha sobre toda a Igreja Católica, no mundo inteiro,  para dedicar-se com mais vagar à oração e à contemplação dos mistérios de Deus.


                                                   ***************************************

                                                   "Se eu pudesse,
                                                     na hora mais dolorosa
                                                     do sepultamento de minha filha Raquel,
                                                     quando a sua urna funerária
                                                     era colocada túmulo a dentro,
                                                     eu faria com que voasse
                                                     sobre os presentes 
                                                     uma revoada de andorinhas
                                                     lembrando a sua ressurreição NA morte,
                                                     como é a Fé
                                                     que me mantém vivo até hoje...
                                                     Oh! como seria bom
                                                     Se eu pudesse!"

                                                   ****************************************
                                                   
      
        

Nenhum comentário:

Postar um comentário