Você, leitor amigo que me lê, permita-me uma sugestão fraterna, apesar do meu tom um tanto quanto professoral . (Lembre-se que fui professor da rede pública estadual durante trinta anos... e o uso do cachimbo, por muito tempo, nos faz torta a boca!...)
Por mais cheia que lhe pareça a vida, por mais ocupada, mais apressada, mais atravancada por mil e uma tarefas do dia-a-dia, - descubra meios para rápidas escapadas, que lhe permitam encontros, mesmo de segundos, com a Natureza.
Isto lhe fará um bem enorme e derramará, em seu íntimo, um pouco de paz para o resto do dia.
Tenha olhos para o nascer do Sol. Já reparou como não há duas madrugadas iguais?
Procure encontrar tempo para olhar as árvores, mesmo que de passagem. Elas são mestras de paciência: oferecem sombras, oferecem frutas, acolhem os pássaros e, quase sempre, recebem pedradas da meninada... Não raramente, acabam cortadas, quando o terreno se valoriza, ou quando precisamos de lenha para o nosso fogão.
E não é que elas nos ensinam a renascer cada ano, e sempre com o ânimo renovado?...
Você já reparou como a água é amiga, é irmã, e está sempre ali disposta a ajudar-nos de mil maneiras?
É tão bom e salutar um copo de água fria quando se está com sede, e de tal maneira que o próprio Senhor Jesus Cristo chegou a prometer uma recompensa eterna a quem mata a sede do próximo.
Como é bom poder banhar-se, ou lavar as mãos, ou lavar os pés!... Mas água faz bem até para ser vista. Se passar perto de praia, olhe o mar. Se passar perto de rios, olhe as águas que correm mansas, ou contemple, por um instante, as lavadeiras que lavam roupas, ou crianças que se banham ou brincam na água.
Você já ocupou algum tempo contemplando a luz que vem do alto?... A luz torna belas, transfigura, até as coisas mais simples: um caco de vidro muitas vezes nos parece um brilhante...
Nunca se lembrou do ar que nos envolve, nos protege, apagado, anônimo, mas prestativo?... Nem pensamos nele, e no entanto sem ele, nem poderíamos viver. Só damos importância ao ar quando ele nos falta, no fim da vida, e caímos em agonia, à procura dele...
Com que infinita paciência a terra nos suporta. E nós a pisamos como se ela fosse escrava e tivesse obrigação de carregar-nos. Maltratamos muito a terra: nós a rasgamos para plantar sementes ou abrir estradas... Um dia, em lugar de guardar-nos raiva ou rancor, ela nos receberá em seu seio e, nela, na terra, nosso corpo aguardará a hora bendita da Ressurreição!
Digo mais uma vez, amigo leitor. Abra os olhos. Descubra o que eles vêem. Tente fazer como as crianças que chamam atenção para tudo, como se fossem as primeiras a descobrir o que vêem: - "Olha lá! Olha lá!"
Tenhamos olhos descobridores. Não permitamos que a rotina nos embote a vista. Um segundo de contemplação da Natureza, derramará paz sobre o nosso dia inteiro.
Além de despertar nosso espírito para agradecermos a Deus, que nos deu, gratuitamente, a vida e tudo quanto nos rodeia e nos serve!
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