sexta-feira, 20 de março de 2015

FAZER TUDO BEM



                                                         Dar o máximo
                                                         trabalhar sempre com alma
                                                         e com toda a alma
                                                         quer se trate
                                                         de conduzir às estrelas
                                                         uma nave espacial
                                                         ou de fazer
                                                         uma simples ponta de lápis

                                                                     ***********


               Fazer tudo bem: é um dos maiores louvores que o Evangelho faz de Cristo.
               Um propósito, para todo o meu dia-a-dia:
               Que eu não faça nada mal feito, mal acabado. Que eu saiba que nenhum trabalho desonra e todo trabalho pode e deve ser um louvor a Deus.
               Certo dia, cá na frente de casa, um gari da limpeza pública carregava uma lata de lixo, apanhada ali em frente, na lixeira da "Escola Cerro Azul", e da lata emanava um cheiro insuportável. 
               Esperei que ele jogasse o lixo na caçamba do caminhão e quis apertar-lhe a mão pelo serviço bem feito. Ele não queria, de modo algum, que eu lhe pegasse na mão, dizendo que ela estava suja. E eu, com absoluta sinceridade, lhe disse que trabalho nenhum suja a mão do homem. O que suja a mão é roubar, não trabalhar por preguiça ou malandragem, ou por qualquer outro motivo, "ter culpa no cartório..."
               Claro que não trabalhar porque não há trabalho disponível, depois de procurar por toda a cidade, por toda parte, não é de maneira alguma desonra: é sofrimento, e dos grandes!
               Certo dia, passando ali pela XV de Novembro, um garoto, com uma caixa de engraxate às costas, insistiu em que eu o deixasse engraxar meus sapatos, que eu considerava suficientemente limpos. Mas, pensando em ajudá-lo, deixei que ele fizesse o serviço.
               Na verdade, o fato é que me comovi, contemplando o pequenino herói. Tão criança ainda, na idade em que as crianças brincam e vão à escola, ele ali estava, conquistando honestamente um dinheirinho que iria ajudar nas despesas de casa.
                E como ele deixou brilhantes os meus velhos sapatos!
               Comecei a refletir comigo mesmo: se depender de mim, não devo fazer nada mal feito. Nem que seja fazer a ponta de um lápis. Não deixar que ela fique rombuda e feia...
             Permita-me, benévolo leitor: seu trabalho é espanar sua estante de livros? E Você, minha eventual leitora, seu trabalho é na cozinha? Pois se lembrem que, por mais simples que seja o trabalho a ser feito, o importante é que seja feito com alma.
                Em um hospital, não basta que o médico seja fabuloso; a telefonista tem que estar sempre atenta; o pessoal da portaria tem que ser acolhedor e amigo; as enfermeiras e ajudantes de enfermagem, os serventes, a turma da limpeza e da cozinha. Todos e todas têm de ser eficientes em suas tarefas, sem desleixar, sem fazer cera, sem enrolar...
                Nosso velho mundo poderia tomar jeito diferente, se cada um, em trabalho importante ou simples, compreendido ou incompreendido,  cumprisse o dever com toda a alma.
                Erros, injustiças, a gente procura reclamar na hora exata. Mas só tem força moral para reclamar, é quem cumpre seus deveres para ninguém botar defeito.
                Só é invencível, quem se sabe e se sente dentro dos planos que Deus lhe revelou. Que participa do trabalho sagrado de dominar a Natureza e completar a Criação. 
                     Que seja um co-criador com Deus!
           
             





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