Hoje ressoa na Igreja o anúncio pascal: Cristo ressuscitou: Ele vive para além da morte - é o Senhor dos vivos e dos mortos.
Na "noite mais clara que o dia" a palavra onipotente de Deus, que criou os céus e a terra, e formou homem e mulher à Sua imagem e semelhança, chama a uma vida imortal o "homem novo", Jesus de Nazaré, filho de Deus e filho de Maria.
NEle, a semente da vida divina, depositada inicialmente na criatura, atinge uma maturação pessoal única, porque nEle habita a plenitude da divindade, a do Filho Unigênito. A humanidade vê realizada, por dom gratuito de Deus, a grande e secreta esperança: uma terra e céus "novos", um mundo sem luto e sem lágrimas, paz e justiça, alegria e vida sem sombras e sem fim.
Tudo isto, porém, não é visível; só aos olhos de quem crê é dado discernir os traços da nova criatura que se está formando na obscuridade e no trabalho da existência terrena. A morte é vencida pela morte livremente aceita por Cristo; mas ela continua a agir até que tudo seja cumprido.
O pecado é vencido pelo sacrifício do inocente; mas o mistério da iniquidade acompanha a existência humana até o último dia. No Senhor ressuscitado, a morte e o pecado encontram um sentido aceitável, inserem-se num desígnio cheio de sabedoria e de amor, não mais causam medo, porque pertencem ao velho mundo de que fomos libertados.
O "homem novo" revelado em Cristo é o homem verdadeiro, assim como Deus o concebeu desde toda a eternidade, é o homem fiel à vocação de homem.
O "homem novo" não é "outro" homem, alienado da condição terrestre para ser posto num paraíso qualquer. A oposição se acha entre o pecado e a Graça. O homem velho vive na ilusão de poder realizar seu destino recorrendo unicamente a seus recursos. O "homem novo" realiza perfeitamente a vontade de Deus, único que pode admiti-lo à condição "filial"; sabe que o conteúdo da sua fidelidade à vocação recebida reside na obediência à condição terrena até a morte; sabe que o seu "sim" de criatura constitui o suporte necessário do "sim" do filho adotivo de Deus.
Esta é a "novidade" de que os cristãos são "testemunhas" no mundo.
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Aos eventuais e benévolos leitores deste blog desejo uma santa Páscoa cristã e, em decorrência desta, uma festiva páscoa celebrada em suas comemorações familiares, sempre sob as bênçãos do Senhor Ressuscitado.
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