segunda-feira, 10 de agosto de 2015

FELIZES OS QUE SONHAM - SEJAMOS SONHADORES



            Entre as bem-aventuranças de Cristo,  creio que caberia também esta, que tomo a liberdade de propor: - "Felizes os que sonham, pois alimentarão a esperança de muitos, e correrão o doce risco de ver, um dia, seus sonhos realizados'1... 
            A frase não é minha, mas do saudoso Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, numa conferência por ele feita na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, quando ali eu me bacharelei em Teologia Sistemática.
            A propósito, lembro do escritor predileto de meus tempos de juventude, o "feiticeiro" Júlio Verne, que em seus livros, que devorei, "sonhou" com várias invenções que, mais tarde, se concretizaram... Sonhou com o balão dirigível, avô dos aviões de hoje; sonhou com os submarinos... Ele tinha ânsias de subir às nuvens e de descer às profundezas dos mares...
            Com isso, guardo a impressão de  que todas as grandes ânsias do Homem e da Mulher, todos os nossos grandes sonhos, mais hoje, mais amanhã, tenderão a realizar-se.
             Voar era sonho que, há séculos, acompanhava a Humanidade. Hoje, a gente dorme e sonha com naves interplanetárias, que talvez não sejam mais sonhos, mas fantástica realidade, que assistimos diariamente pela TV...
              Antes de surgirem os astronautas com suas viagens espaciais, eu as antecipava nas histórias em quadrinhos e nos filmes para´científicos, que eram minha coqueluche em tempos já perdidos no tempo e no espaço!... Que saudades  dos "gibis" de antanho, que me valeram muitas surras de meus pais, que tentavam retirá-los de minhas mãos, pois se tornaram um vício na minha adolescência!
              Confesso que eu me vi uma criança decepcionada ao assistir, pela TV, a chegada efetiva do Homem à Lua... O filme para-científico já me mostrara um desembarque muito mais vivo e muito mais interessante...
              Hoje, às vésperas do meu octogésimo ano de vida, tenho pena daqueles que se amarram a dados, a estatísticas, números, e só acreditam no que vêem, pesam, medem tocam... Isto, e só isto, é que lhes parece objetivo e científico... perderam os sonhos da primeira infância!
               Daí o alarme em que ficam os economistas que são pura e simplesmente economistas. Conhecem as reservas de petróleo existentes nas profundezas dos mares... indicam com precisão matemática quando essas reservas vão acabar... E fazem o mesmo com as principais riquezas da Natureza.
               Felizes de quem preza os estudos, os números, os dados, as estatísticas, as pesquisas científicas. Mais feliz de quem completa, com o sonho, a parte de realidade que nossos sentidos conseguem registrar.
              Feliz de quem conta com as surpresas. E com o imprevisto. E com os anseios e sonhos do espírito humano, sempre a muitos passos adiante da realidade.
              Quem poderia imaginar que, dentro do átomo, dormisse uma força como a energia nuclear que, infelizmente, pelo mau uso dela, chegamos a destruir cidades inteiras, como fizemos com Hiroshima, no Japão?
              Quem poderia supor as riquezas imensas do fundo do mar?...
              Quem pode prever o que o Homem descobrir nas suas rodadas esplêndidas pelas estrelas?...
              Não me cansarei de repetir sonhos que eu desejo se tornem sonhos de todos nós para que, sem demora, se transformem em maravilhosa realidade:
              - Sonho com o final das guerras! Sonho que um dia vencerá o bom senso, e o Homem deixará de preparar a destruição total da vida na Terra...
              - Sonho com um mundo mais justo e mais humano, sem Vencidos nem Vencedores; sem Oprimidos nem Opressores...
              E rezo, com toda a minha alma:
              - "Espírito Santo de Deus, envia sonhos ao Homem e à Mulher de nosso tempo! Não sonhos enganosos, alienados e alienantes. Envia sonhos, belos sonhos que, amanhã, se transformem em feliz e grandiosa realidade!..."

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Aroldo Teixeira de Almeida é professor aposentado do Quadro Próprio do Magistério Paranaense.

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