segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

UM FATO EM FOCO = A MULHER NA IGREJA



            Senhora amiga, ministra da Eucaristia cá na paróquia que frequento, pediu-me que eu escrevesse alguma coisa a respeito da posição da mulher na Igreja. Apesar de não ser "expert" no assunto, tentarei alinhavar alguma coisa a respeito.
            Um fato inconteste: em razão de seu sexo, as mulheres são rigorosamente excluídas de qualquer instância oficial que lhes permita exercer funções  sacramentais, governamentais e magisteriais na Igreja, se bem que após o Concílio Vaticano II elas conseguiram um grande passo, no meu modesto entender: o de servir junto ao altar como ministras da Eucaristia.
            Permanece inflexível, no entanto, o princípio segundo o qual nenhuma mulher é admitida às funções eclesiais cujo exercício exige, como condição prévia, a ordenação sacerdotal. A disciplina da Igreja formalizou o preceito segundo o qual o sexo feminino é impedimento ao sacerdócio.
            O Direito Canônico  faz uma distinção de funções reservadas exclusivamente aos homens:  aquelas que exigem previamente a pertença à hierarquia sacerdotal. Nem por isso podemos dizer que as tarefas abertas às mulheres na Igreja são desprezíveis ou negligenciáveis; mas são sempre secundárias em razão da escala hierárquica.
            Pode concluir-se então que as mulheres são menores na comunidade eclesial? Sua exclusão dos setores maiores da Igreja constitui um verdadeiro estatuto de inferioridade?  Um atentado real à sua dignidade essencial de pessoa humana? Uma forma evangélica de discriminação?
            Atualmente número crescente de cristãos reconhece que a fidelidade da Igreja ao Evangelho exige uma transformação da situação das mulheres em relação à instituição eclesial dessas limitações.
            Pergunta-se, com razão: Por que a Igreja permanece agarrada à imagem tradicional da mulher, quando as novas relações que se instauraram hoje entre homens e mulheres, em todos os demais domínios, permitem elaborar uma linguagem diferente sobre o ser feminino? Será que a autoridade eclesiástica está persuadida de que a concepção clássica da mulher faz parte integrante da Revelação Cristã? Ou mantém ela esta concepção por medo de que uma outra concepção venha a provocar modificações muito indesejáveis na sua liturgia e no seu exercício do poder autoritário de seu magistério?
          Com efeito, me parece, o que estaria em jogo nesta questão não é só a relação entre homens e mulheres na comunidade eclesial, mas a da própria e autêntica concepção de Igreja, segundo o Evangelho e a atitude de Jesus para com as mulheres.
          Deixo aqui este breve questionamento, e pretendo voltar com melhores argumentos num próximo texto.
 
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