Neste 21 de agosto de 2012 estamos chorando o segundo ano de falecimento de minha filha Raquel.
A tristeza infindável que nos martiriza pela ausência física da pessoa amada é, paradoxalmente, aliviada pela alegria e pela certeza absoluta de que ela, pela sua vida profundamente vivida, pela Caridade ardente que animava todo o seu relacionamento com as pessoas que a rodeavam, descansa hoje na Bem-aventurança Eterna, junto ao Pai de todas as vidas.
Com seu organismo debilitado por um câncer que lhe corroía coluna vertebral, pulmão e cérebro, ela esperava a morte, mas transfigurada pela resignação, pela acendrada confiança na misericórdia de Deus, e pelo amor de toda a sua pequena família, que também sofria com ela.
Permanece a dor da saudade no coração de sua filha Isabela, de seus pais, de seus irmãos, que dedicam à Raquel, este singelo poema nascido da dor, abrandada, porém, pela certeza de que ela descansa em paz junto ao "Abbá" de Jesus de Nazaré, junto ao Pai de todas as vidas:
Eu esperei a Morte como se espera o Bem Amado
Ignorava como ela viria
Nem como viria
Mas eu a esperava
E não havia medo nessa expectativa
Havia somente ânsia e curiosidade
Porque a Morte do cristão é bela
Porque a Morte do cristão é uma porta
Que se abre para lugares desconhecidos
Mas imaginados
Como o Amor
Que nos leva para um outro mundo
Como o Amor
Que nos promete uma outra vida
Diferente da nossa
Eu esperei a Morte como se espera o Bem Amado
Porque eu sei que em breve ela viria
E me receberia
Em seus braços amigos
Seus lábios frios tocarão a minha face
E sob a sua carícia
Eu adormeceria o sono da Eternidade
Como nos braços do Bem Amado
Sei que este sono será
Um ressurgimento
Porque sei que a Morte é a Ressurreição
A Libertação
A Comunhão Total
Com o Amor Infinito
Com o Pai de todas as vidas
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