terça-feira, 17 de março de 2015



                                              QUE DEUS A TENHA NA SUA PAZ




               17 de março de 2015.  Se minha filha Raquel fosse ainda viva, estaria hoje completando quarenta e oito anos de idade. Não podemos festejar seu aniversário natalício, apenas chorar, desconsolados, a sua ausência física dentre nós. A morte inexorável a levou prematuramente para a Casa do Pai/Mãe de todos os pais e mães que ainda peregrinam pelas estradas deste mundo.
                                                                    
              Ela se separou fisicamente de nós, mas passou a viver mais intensamente do que nunca   junto a sua filha Isabela, junto a seus irmãos Carlos e Aroldo Jr., e com seus chorosos pais, após o seu falecimento em 21 de agosto de 2010 em hospital de São José dos Pinhais, vitimada por insidioso câncer de mama, com metástase cerebral.
               
               Numa união misteriosa e singular no Espírito Santo, comunicada às coisas que deixou, e aos acontecimentos do dia-a-dia em que viveu conosco por esse tão curto tempo, a verdade é que ela partiu para a Eternidade, mas continua a viver conosco pela dor sem remédio da saudade.

               Sua morte fez com que a revivamos nos objetos em que tocou, nas vestes que deixou e que nós conservamos com carinho, na lembrança dolorosa das palavras que com ela trocávamos, nos fatos alegres ou tristes que juntos vivemos, e agora até mesmo nos fatos que se seguiram à sua partida, e que nós lhe comunicamos diariamente na prece, e com ela conversamos como se estivesse ainda viva em nosso hoje solitário lar.

               A morte, destino de todos os agora ainda viventes, a levou, mas misteriosamente a devolveu de novo a nós, banhada pela luz da Eternidade com Deus, e pela gloriosa certeza de sua Ressurreição NA morte, que é a Fé que anima e conforta sua filha, seus irmãos e seus pais, e que os mantém ainda vivos para cultuarem sua memória.

               Continuando viva entre nós, por essa humilde, invisível e misteriosa presença de cada dia, de cada hora, de cada momento, com que impregnamos de Esperança a nossa saudade, como também a radiosa alegria da certeza de que ela, na Casa do Pai de todos os pais, passou a velar por nós, agora na plenitude de sua vida com Deus, com a Santíssima Virgem Maria, bem como com os Santos do Céu.
               Nesta certeza, nós a temos sempre a nosso lado, em nossa vida de cada dia, velando por sua filha Isabela, por seus irmãos, por seus chorosos pais.

               Presença permanente nos trabalhos do dia-a-dia, nos instantes da prece, no silêncio e na solidão das noites, enxugando-nos as lágrimas da saudade imorredoura.


                                                                                                         Seu pai.


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Um comentário:

  1. Texto bem construído, cheio de emoção.
    Relembrar a morte de um ente querido é causa de muita tristeza e, paradoxalmente, também de alegria, por saber que a pessoa falecida morreu na Graça de Deus e está agora na Casa do Pai de todos os pais.

    Um amigo da família.

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