quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O ESPECIFICAMENTE CRISTÃO É O PRÓPRIO CRISTO



           Continuando meu blog anterior sobre o tema: "O que é ser cristão":                                                        Contra toda e qualquer diluição, confusão, deturpação, falsificação do "ser cristão"  -   ainda que muitas vezes bem intencionadas - deve-se chamar as coisas pelo nome, tomar os conceitos literalmente:  -  "o Cristianismo dos cristãos deve permanecer Cristão!"
           Tenho a convicção de que o Cristianismo permanece cristão somente quando continua "ligado" expressamente "ao único Cristo."  E este não é um princípio qualquer, uma intencionalidade, uma atitude, ou uma meta evolutiva. É, antes, uma Pessoa bem determinada, inconfundível, insubstituível e com um nome bem preciso.
           O Cristianismo, já a partir de seu próprio nome, não se deixa reduzir ou "anular" num cristianismo sem nome  - (uma crítica a Karl Rahner, que criou a expressão "cristianismo anônimo"). É preciso ter sempre em mente que o especificamente cristão é o próprio Cristo.
           Esta fórmula não é "fórmula vazia".  Por quê?
           1 -  Porque se refere a uma pessoa histórica bem concreta: Jesus de Nazaré.
           2 -  Tem o respaldo não só das origens cristãs, mas também de toda a grande tradição cristã: cristão é aquele e aquela que têm tudo a ver com a Pessoa de Cristo.
           3 - Proporciona uma clara orientação ao mesmo tempo para o presente e para o futuro.
           4 - Auxilia os cristãos e encontra, ao mesmo tempo, a concordância dos não-cristãos: porque suas convicções são respeitadas e seus valores expressamente afirmados, sem procurar por meio de rodeios dogmáticos captá-los para o Cristianismo e a Igreja, dizendo-lhes: "Vocês propriamente já são cristãos (anônimos!)"
           Assim, - afirmo com certeza - os conceitos do "ser cristão" não são diluídos ou esticados à vontade, mas tomados em sentido preciso e literal, é possível conseguir ambas as coisas: evitar toda confusão cristã (a maior "inequivocidade"  possível.
           Seguindo-se este critério, Cristianismo não significa exclusividade da salvação, mas aquela "singularidade"  que se fundamenta em Jesus Cristo,
           Levando-se em conta as "religiões do mundo", isto significa:
           1 - "não o domínio absolutista de uma religião"  que, na sua exclusividade missionária, despreza a liberdade de crença;
           2 - "não a mistura" sincretista de "todas as religiões"  -  entre si discordantes - que, em caso de harmonizar e reduzir, reprime a verdade;
           3 - "mas antes, o específico e desinteressado "serviço cristão aos homens e mulheres das diversas religiões" que não destrói nada de valioso nas religiões, mas também não incorpora acriticamente algo sem valor: sabendo reconhecer e rejeitar nuançadamente, deve o Cristianismo atuar entre as diversas religiões como "catalizador crítico e ponto de cristalização"  de seus valores religiosos, morais, meditativos, ascéticos e estéticos.
           Nesta linha, assevero com certeza que a Igreja pode e deve, também hoje, "anunciar Jesus Cristo a todos os homens e mulheres", a fim de possibilitar justamente um Cristianismo hindu, chinês, japonês, indonésio, árabe, africano, sul-americano etc: um "ecumenismo", não mais apenas um estreito sentido confessional-eclesiástico, mas num sentido "universal-cristão".

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Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Dogmática e Direito Canônico pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo.
                                                          
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