quinta-feira, 24 de outubro de 2013

ABRAÇAR!...


          
            Abraçar! O abraço pode tornar-se uma prece pela união de todos nós em torno de um objetivo comum. Não é preciso muito raciocínio para verificar que há muita divisão entre continentes, entre nações, entre cidades, entre políticos, entre religiões, entre estamentos sociais e, muito triste, dentro das famílias, em que Esposos se entediam e, aos poucos, se tornam estranhos um para o outro dentro da mesma casa.
            Entre pais e filhos, separados pela assim dita crise entre gerações: entre irmãos, filhos dos mesmos pais; entre vizinhos no seio da Comunidade. Entre classes sociais, que digladiam em busca de pretensos direitos; entre partidos políticos; entre associações de bairros, choques e divisões dentro de diferentes países, até entre Continentes...
            Por que nós, que nos identificamos como irmãos dentro do Cristianismo, não experimentamos nos abraçar, pedindo a Deus entendimento entre homens e mulheres, aproximação, união entre os filhos do mesmo Pai de todos os pais?
            Durante a Santa Missa, na hora de rezar o "Pai Nosso" a Comunidade costuma dar as mãos... É claro que não basta dar as mãos, abraçar, dizer "Paz de Cristo"... É um sinal, mas sabemos que os sinais valem na medida em que envolvem o compromisso de viver as realidades que eles significam...
            Talvez seja pensando na união de homens e mulheres de todo o mundo em torno de objetivos comuns, que nos meus tempos de infância em Poços  de Caldas, no interior de Minas, eu gostava tanto  do "Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar", que um bando de crianças vizinhas e eu cantávamos à noite, sob a luz de um poste de iluminação pública, no bairro onde morávamos...
            Talvez, inconscientemente, sonhássemos com o impossível de uma imensa "Ciranda" em redor do Mundo, para além, muito além dos racismos que envergonham a Humanidade. para além, muito além dos egoísmos individuais, dos egoísmos de classes, dos egoísmos nacionais...
            A verdade é que homens e mulheres conseguem cavar fossos difíceis de cobrir: às vezes, dentro de uma mesma cidade, como aconteceu em Berlim, dentro de um mesmo País, como a Coréia ou o Vietnã... Os homens e mulheres se dividem e se chocam, e a união nacional se torna ainda mais difícil, porque há interessados nas divisões, nos embates, nos choques, nas guerras e guerrilhas...
            Abraçar! Está lá na Bíblia Sagrada, em Isaías, quando o profeta nos apresenta audácias incomparavelmente mais absurdas, fora do milagre:

             o lobo e o cordeiro comerão no mesmo pasto;
             o leão comerá palha com o boi;
             a pantera dormirá, lado a lado, com o cabrito;
             a criança meterá a mão, sem perigo, no ninho dos escorpiões...


             E o mais espantoso é o anúncio de que as espadas e os canhões serão transformados em arados e charruas...
             Por isso, é muito legítimo o clamor que vem das ruas:
             Homens e mulheres de boa vontade, do Mundo inteiro, abracemo-nos, como prenúncio dos dias de paz anunciados pelo Profeta.
             Homens e mulheres de esperanças, visionários, sonhadores, nós todos que teimamos em proclamar que o ódio não será a palavra final, e que a morte será ferida de morte, abracemo-nos!
             Filho de Deus, Jesus Cristo, que Te fizeste Homem, Irmão dos homens e mulheres: abraça Céu e Terra, abraça os Continentes, as Raças, as Religiões, os Povos todos...
             Vieste ao Mundo para unir. Envolve-nos, pois, a todos, em Teu abraço de amor, de paz e de redenção!

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