domingo, 15 de dezembro de 2013

O DIÁLOGO DA FÉ

            O diálogo da Fé trava-se entre Deus, de um lado, e do outro o homem e a mulher.
          Homem e mulher devem reconhecer que são seres engendrados, do contrário barram o acesso ao sobrenatural. Homem e mulher devem sair do inferno mundano. Devem conhecer-se egoístas, mentirosos; devem confessar que são pecadores.
          Homem e mulher devem conjuntamente respeitar a sua razão e não fazer dela um ídolo. Devem confessar, isto sim, a necessidade de um suplemento de luz.
          Homem e mulher devem ser fiéis à Graça Divina que continuamente os persegue: devem confessar a si mesmos que só a Fé realizará neles a unidade.
          Fraternidade de Deus, salvação de Deus, luz de Deus Graça, de Deus, homem e mulher estarão no caminho de descobrir estas quatro riquezas, se fizerem essa quádrupla confissão.  Estas quatro riquezas acham-se na pessoa de Jesus Cristo, de que a Igreja é testemunho, livremente, racionalmente e sobrenaturalmente.
          A Fé é racional porque, na Igreja, o espírito encontra ao mesmo tempo as obscuridades inevitáveis   e as claridades suficientes que dão um sentido ao drama humano completo.
          Acreditando no testemunho da Igreja, a inteligência descobre a chave do seu próprio mistério, a solução das suas próprias penumbras.
          A Fé é livre porque, na Igreja, é o amor de Deus que se oferece por inteiro ao homem e à mulher. E este amor reclama a resposta livre do amor.
          A Fé é sobrenatural porque, na Igreja, é a Graça Divina que nos solicita, nos ilumina. O fato externo da santidade na Igreja, que é o "signo erguido entre as nações", constitui para nós o testemunho de Deus, conforme o Concílio do Vaticano.
          A Igreja é Cristo comunicado no Espírito. Em última análise, o que se deve ver na Fé é o Verbo Encarnado.
          A Fé é livre, racional, sobrenatural, porque não se refere, desde logo, a uma doutrina impessoal, ou a um código de moral, mas a uma Pessoa que nos chama, nos ensina e nos ama.
          A Fé é racional, porque Jesus é Verdade. É livre, porque Jesus é o Amor encarnado. 
É  sobrenatural, porque Jesus é Deus encarnado.
          A Fé cristã é uma penumbra luminosa porque essa penumbra tem também outro nome, o de Deus, que nunca amou tanto homem e mulher como no dia em que quis revestir a condição humana em Jesus de Nazaré.
          Terminando este meu texto, e como estamos num tempo litúrgico chamado de Advento, no qual esperamos a vinda do Senhor Jesus, escrevo uma frase que não é minha, mas da jovem Igreja cristã. Num império pagão que A esmagava por todos os lados, Ela testemunhava sua Fé na ressurreição do Filho de Maria. Essa frase é divinamente simples, porque inspirada no espírito de amor: 
          - "Vinde, SENHOR JESUS!
                                                              ***************

(Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Sistemática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da PUC, em São Paulo).

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