Lendo a biografia de Karl Barth, o famoso teólogo e pensador protestante, numa página memorável ele diz que teve um sonho. Sonhou com o compositor de música sacra Mozart.
Como protestante, Barth sempre se sentiu melindrado pelo Catolicismo de Mozart e pelo fato dele rejeitar o Protestantismo. Aliás, foi Mozart que disse:
- "O Protestantismo está todo na cabeça. Os Protestantes não conhecem o sentido do "Agnus Dei qui tollis pecatta mundi." (Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do Mundo).
Em seu sonho, Barth foi convocado para examinar Mozart em Teologia. Desejava tornar o resultado do exame tão favorável quanto possível. Assim, em suas perguntas, aludia sempre e expressamente às grandes "Missas" do famoso compositor.
Mozart, porém, não respondia palavra.
Confesso que me impressionou e me comoveu bastante a descrição deste sonho por Barth, pois o sonho tem muito a ver com sua salvação. Ainda, com a idéia de que Barth talvez esteja se esforçando por admitir que ele será salvo mais pelo Mozart que ele estima, do que por sua própria Teologia.
Diz-nos a sua biografia que diariamente, durante anos, Barth tocava em seu piano músicas de Mozart antes de iniciar seu trabalho sobre os dogmas cristãos. Parece-me que ele procurava, talvez inconscientemente, despertar o Mozart oculto em sua sensibilidade, procurar também a sabedoria interna que se harmoniza com a música divina e que é salva pelo Amor. Enquanto outra parte de seu ser - não o artístico, mas o teológico - abraçava um Amor mais severo, mais cerebral: um amor que, afinal, não está em nosso próprio coração, mas somente em Deus, e é revelado apenas ao nosso espírito, na prece.
Barth diz também com muita seriedade que "é uma criança, mesmo uma criança divina, que nos fala na música de Mozart".
Ainda, na sua biografia, encontrei a afirmação de Barth dizendo que o menino-prodígio Mozart nunca teve o privilégio de ser uma criança no sentido literal da palavra. Tinha apenas seis anos de idade, quando deu seu primeiro concerto musical público. Não obstante, foi sempre uma criança "no sentido mais elevado da palavra."
Terminando a leitura do livro, como que misteriosamente me vieram ao pensamento estas palavras, que desejo testemunhar aqui:
- "Não tenhas medo, Karl Barth! Confia sempre na misericórdia divina. Lendo tuas obras teológicas, compreendo muito bem que, não obstante seres um grande teólogo, conhecido internacionalmente, Cristo permanece em ti uma criança. Teu livro, que neste momento tenho em minhas mãos me diz, sempre que o leio e releio, que há em nós um Mozart que, queiramos ou não, será poderoso instrumento que nos levará a Cristo e à nossa salvação!"
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Uma observação um tanto quanto dispensável, para desanuviar este indigesto blog:
Certo desavisado leitor - suspeito que seja um "amigo da onça", - me alertou que os meus textos são muito sérios, e é necessária uma "higiene mental" para que eles sejam mais agradáveis ao paladar de eventuais curiosos. Bem, creio que os meus 77 anos de idade - já beirando os 78, no mês vindouro - me liberam de qualquer necessidade de correção de rumos.
E já que ele disse que meus textos são muito sérios, e hoje acordei de bom humor, não tendo ainda brigado com a mulher, como de costume, aproveito a oportunidade para aliviar o que considero um mal-entendido, e o faço contando esta estória que encontrei num caderno de minha neta Isabela.
Pois aqui vai a anedota e, gentileza minha e da neta, absolutamente gratuita:
JUDAS, JESUS E O LADRÃO
Certa madrugada, cá no meu bairro chamado "Tingui" - ô diabo de nome, que até hoje não consegui deslindar o seu significado! - um ladrão malaventurado entrou pelo quintal de uma casa vizinha e, em silêncio absoluto, começou a forçar uma porta dos fundos.
Nem bem começou a louvável tarefa, quando escuta uma voz fanhosa vindo não se sabe de onde:
- Cuidado! Jesus tá te olhando!
O larápio se assusta, olha para todos os lados, na penumbra da madrugada, mas não descobre nada de suspeito.
Resolve continuar seu trabalho, quando ouve de novo a mesma voz:
- Cuidado! Jesus tá te olhando!
Um tanto quanto incrédulo, mas certo de ter escutado a frase, inspeciona tudo novamente ao redor, e não percebe nada.
Quando reinicia sua "tarefa", lá vem de novo a voz:
- Cuidado! Jesus tá te olhando!
Desta vez ele percebe de onde vem a maldita voz. Acende o farolete, e ilumina á área de serviço. Então vê um papagaio numa gaiola pendurada na parede. Agora, mais aliviado, pergunta:
-Pelos meus noventa e nove pecados mortais, então Você é o Jesus que tá me olhando?
E ouve a resposta do papagaio:
-Tu tá enganado. Não sou Jesus. Sou o Judas!
-Judas?? Mas quem foi o bestalhão que botou o nome de Jesus no desgraçado do papagaio??
- O mesmo bestalhão que botou o nome de Jesus nesse feroz Pitbull que vem vindo aí!...
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QUE TAL FAZERMOS AGORA "uma vaquinha"?
A expressão "fazer uma vaquinha", dizem as más línguas, surgiu na década de 1920 e tinha sua origem relacionada com o "jogo do bicho" e o futebol.
Nas décadas de 1920 e 1930 - já que a maioria dos jogadores de futebol não tinha salário, - a torcida do time se reunia e arrecadava entre si um prêmio para ser dado aos jogadores. Esses prêmios eram relacionados popularmente com o "jogo do bicho". Assim, quando iam arrecadar 5 mil réis, chamavam a bolada de "cachorro", pois o número cinco representava o cachorro no dito jogo. O prêmio máximo era 25 mil réis, e representava a vaca. Daí, brotou a expressão "fazer uma vaquinha..."
Cá fica o significado da expressão, pelo preço que me custou!...
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Uma observação um tanto quanto dispensável, para desanuviar este indigesto blog:
Certo desavisado leitor - suspeito que seja um "amigo da onça", - me alertou que os meus textos são muito sérios, e é necessária uma "higiene mental" para que eles sejam mais agradáveis ao paladar de eventuais curiosos. Bem, creio que os meus 77 anos de idade - já beirando os 78, no mês vindouro - me liberam de qualquer necessidade de correção de rumos.
E já que ele disse que meus textos são muito sérios, e hoje acordei de bom humor, não tendo ainda brigado com a mulher, como de costume, aproveito a oportunidade para aliviar o que considero um mal-entendido, e o faço contando esta estória que encontrei num caderno de minha neta Isabela.
Pois aqui vai a anedota e, gentileza minha e da neta, absolutamente gratuita:
JUDAS, JESUS E O LADRÃO
Certa madrugada, cá no meu bairro chamado "Tingui" - ô diabo de nome, que até hoje não consegui deslindar o seu significado! - um ladrão malaventurado entrou pelo quintal de uma casa vizinha e, em silêncio absoluto, começou a forçar uma porta dos fundos.
Nem bem começou a louvável tarefa, quando escuta uma voz fanhosa vindo não se sabe de onde:
- Cuidado! Jesus tá te olhando!
O larápio se assusta, olha para todos os lados, na penumbra da madrugada, mas não descobre nada de suspeito.
Resolve continuar seu trabalho, quando ouve de novo a mesma voz:
- Cuidado! Jesus tá te olhando!
Um tanto quanto incrédulo, mas certo de ter escutado a frase, inspeciona tudo novamente ao redor, e não percebe nada.
Quando reinicia sua "tarefa", lá vem de novo a voz:
- Cuidado! Jesus tá te olhando!
Desta vez ele percebe de onde vem a maldita voz. Acende o farolete, e ilumina á área de serviço. Então vê um papagaio numa gaiola pendurada na parede. Agora, mais aliviado, pergunta:
-Pelos meus noventa e nove pecados mortais, então Você é o Jesus que tá me olhando?
E ouve a resposta do papagaio:
-Tu tá enganado. Não sou Jesus. Sou o Judas!
-Judas?? Mas quem foi o bestalhão que botou o nome de Jesus no desgraçado do papagaio??
- O mesmo bestalhão que botou o nome de Jesus nesse feroz Pitbull que vem vindo aí!...
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QUE TAL FAZERMOS AGORA "uma vaquinha"?
A expressão "fazer uma vaquinha", dizem as más línguas, surgiu na década de 1920 e tinha sua origem relacionada com o "jogo do bicho" e o futebol.
Nas décadas de 1920 e 1930 - já que a maioria dos jogadores de futebol não tinha salário, - a torcida do time se reunia e arrecadava entre si um prêmio para ser dado aos jogadores. Esses prêmios eram relacionados popularmente com o "jogo do bicho". Assim, quando iam arrecadar 5 mil réis, chamavam a bolada de "cachorro", pois o número cinco representava o cachorro no dito jogo. O prêmio máximo era 25 mil réis, e representava a vaca. Daí, brotou a expressão "fazer uma vaquinha..."
Cá fica o significado da expressão, pelo preço que me custou!...
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