As crianças se enganam, mutuamente,
cada uma contando mais vantagens do que a outra
- absurdas, inverossímeis -
do que seus pais possuem....
"Meu pai tem uma motocicleta..."
"O meu, um automóvel último modelo..."
"O meu, um avião teco-teco
prá gente voar nas férias..."
"O meu comprou uma bruta fábrica de sapatos..."
E então me veio o desejo de eu também
elogiar muito mais o Nosso Pai!...
Ele é tão poderoso,
garotinhas, minhas irmãs,
garotos, meus irmãos...
Ele criou milhões de milhões de mundos
que estão rolando por aí nos ares!...
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É preciso divulgar e alimentar a mística do Nosso Pai"
Claro que não se trata de levar cada um de nós a esquecer seu próprio pai. Trata-se de ajudar a viver a realidade, riquíssima de consequências, de que temos nós todos o mesmo Pai. Ao lado de meu pai, temos também o nosso Pai.
E aprendemos, com Cristo Jesus, a apresentar Nosso Pai como o mais amável, o mais generoso, o mais "bacana"e "legal" dos Pais.
Ele não gosta de modo algum de quem dá esmola para aparecer, se exibir. Ele gosta mesmo é que a mão esquerda não fique sabendo das coisas boas que a mão direita faz.
Nosso Pai não "topa" fingimento nem farisaísmo:
- em lugar de muita gente que entra Igreja-a-dentro, querendo ser vistas e elogiadas pelos outros, e que na hora da prece, mais se louvam a si mesmas do que louvam a Deus.
- Nosso Pai prefere pessoas que se trancam no quarto e rezam a Ele, que vê as coisas escondidas, não perde uma palavra sequer, um gesto de oração sincera e humilde.
- Nosso Pai está longe de ser um Fiscal, de lápis na mão, farejando falhas humanas para anotar e depois cobrar...
Porque Ele é o Pai que fica de olho na estrada, na certeza de que o filho pródigo vai voltar, como disse Cristo Jesus na Bíblia Sagrada. E quando esse filho disser que não é mais digno de ser chamado filho, e que voltou para casa para ser um simples empregado na Casa do Pai, o Pai nem deixa que ele acabe de falar: abraça-o apertado, manda abrir e iluminar a casa, improvisa uma festa, chamando músicos para tocar e cantar, porque existe mais alegria no Céu por um pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que perseveram no bem...
Meu benévolo e eventual leitor:
Nosso mundo mudaria profundamente para melhor se cada um de nós se tornasse um pouquinho menos egoísta, um pouquinho menos injusto, e se o Pai Nosso não fosse uma oração sentida, vinda do fundo da alma, não fosse uma oração mecânica e sem vida, mas fosse uma prece tão sincera que atingisse o Pai que está no Céu e que está também dentro de nossa alma.
Psicólogos, professores, educadores, ajudem-nos a descobrir as maneiras mais eficientes de gravar para sempre, no espírito de nossas crianças, que o Pai Celeste é nosso e não apenas meu...
Que o Pão que pedimos a Ele não é só meu pão ou pão nosso, no sentido da pequena família na qual Deus me fez nascer. Mas pão nosso no sentido da outra nossa grande Família Humana, da qual ninguém fica fora.
Família que abraça todas as criaturas humanas, de todas as raças, de todas as condições sociais, de todos os lugares, de todas as cores, de todas as Religiões!
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O autor do texto é professor aposentado de Português e Francês, do Quadro Próprio do Magistério Paranaense.
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