domingo, 11 de maio de 2014

'E POR FALAR EM SORRIR..."



            Sorrir! É tão importante sorrir, dependendo da profundidade e da origem do sorriso.
            Os pais  -  verdadeiramente Pais  -  aguardam, com ansiedade, o primeiro sorriso do filhinho. Sabem que sorrir é próprio do homem e da mulher?... Nem o macaco, que dizem parecer com os humanos, sorri... O cachorrinho Bili, de minha neta Isabela, sabe manifestar sua alegria sorrindo a seu modo, isto é, balançando a cauda...
           Falei acima na importância de medir a profundidade e a origem do sorriso. Não merece o nome de sorriso o entreabrir artificial dos lábios, só para ser amável com os amigos ou com visitas de cerimônia, ou com relacionamentos convencionais...
           Não merece o nome de sorriso o entreabrir de lábios que costuma acompanhar a ironia, gozando a perversidade que deve ter atingido o alvo, gozando a malícia que deve ter feito alguém sofrer...
          Sorriso, sorriso mesmo, vem de dentro, da alma. Traduz alegria, compreensão, amor e paz.
          O sorriso, o riso e a risada são irmãos. O riso é mais aberto, mais ruidoso, mais festivo. Quando o meu time, o Atlético, mete um gol no rival Coritiba, não me basta sorrir: é preciso o brado de surpresa, de alegria, seguido de boas risadas de felicidade...
          Sorri minha esposa Cida, que neste "Dia das Mães", gostaria de preparar uma sobremesa gostosa para nós três - ela, nossa neta Isabela e eu  - mas vamos fazer-lhe uma "surpresa" que ela certamente já esperava: sair para almoçar fora, deixando-a livre do fogão neste dia que é só seu...
          Sorri o jardineiro que cuidou, com rapidez e muita categoria, do nosso pequeno jardim à frente da casa, para esperar os filhos que vêm para cumprimentar e abraçar a mãe...
          Lembro-me dos meus sorrisos de namorado, quando me sentia em pleno embevecimento, há quarenta e sete anos atrás... e hoje essa lembrança é pretexto para risos e sorrisos celestiais entre minha esposa e eu...
          Dizem que é mau sinal andar falando sozinho... Confesso que sorrio muito sozinho  - Quando o céu de Curitiba deixa de estar enfarruscado e quase exagera de tanta beleza; quando há flores em nosso jardim, que poderiam participar de exposição em qualquer planeta; quando a luz se despede do dia; quando surgem as primeiras estrelas  -  coisa rara por aqui! - quando aos domingos, na feira, as cores são uma tentação para quem tem filme colorido; quando vejo a vizinha grávida e penso nas crianças que vão assistir na TV o prodígio de uma viagem espacial às profundidades do infinito...
        E, principalmente, quando encontro marcas visíveis da ação do Pai de todos os pais entre nós, ou também as marcas da ação de Homem e de Mulher, como sócios e co-criadores com o Criador!
        E neste domingo, em que comemoramos o "Dia das Mães", aguardo ansioso o sorriso de minha esposa, ao receber os humildes presentes do filho, dos netos, e meus...
        Lembro-me de minha mãe, Julieta, e de minha querida filha Raquel, que partiram deste mundo para ir morar junto a Deus no Céu, mas deixando-nos um presente e uma lembrança esplendorosa, na pessoa de  Isabela, filha da Raquel  -   que mora conosco, enchendo de alegria seus já idosos avós...
        E termino, com uma saudação afetuosa a todas as Mães de nossa Curitiba, que recebem neste seu dia o amor e a gratidão dos filhos pelo dom da vida e pelo sacrifício diuturno para bem criá-los e encaminhá-los com segurança pelas estradas do mundo!...
        Feliz "Dia das Mães" a todas que me derem a satisfação de lerem este meu pobre texto, e o soneto do "Príncipe dos Poetas de Língua Portuguesa"  -  Camões  -   que agora lhes ofereço, com muito afeto e alegria:

                                 Quem vê, ó Mãe, bem claro e manifesto
                                 O lindo ser de vossos  olhos belos, 
                                 Se não perder a vista só com vê-los,
                                 Já não pago  o que devo a vosso gesto.


                                                       Este me parecia preço honesto,                                                                                                                      Mas eu, por de vantagem merecê-los,
                                                       Dei mais a vida e alma por querê-los, 
                                                       Donde já não me fica mais de resto.


                                Assim que vida, e alma, e esperança,
                                E tudo quanto tenho tudo é vosso,
                                E o proveito disso eu só o levo.


                                                    Porque é tamanha tem-aventurança
                                                    O dar-vos quanto tenho e quanto posso
                                                    Que, quanto mais vos pago, mais vos devo!
     
                                                                      *************

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