Quem é Jesus de Nazaré, cuja vinda ao mundo estaremos celebrando nesta semana?
"Agnus Dei qui tollit peccata mundi". Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
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A Bíblia Sagrada nos afirma que Jesus de Nazaré é o Cristo de Deus, o Ungido, o Messias
predito e esperado ansiosamente pelos profetas do Antigo Testamento, com ênfase principalmente em Isaías, e que deveria vir ao mundo para trazer-lhe a salvação, conforme os desígnios de Deus.
predito e esperado ansiosamente pelos profetas do Antigo Testamento, com ênfase principalmente em Isaías, e que deveria vir ao mundo para trazer-lhe a salvação, conforme os desígnios de Deus.
Na Sua humanidade, Jesus de Nazaré, convém insistir, não é um Deus-homem de modo neutro, impessoal e distante, mas é o Verbo ou o Filho encarnado e que, como homem, se relacionou sempre, de forma pessoal e constante, com o seu "Abbá/Pai".E eu acrescentaria a esse "Abbá/Pai, pela ternura com que Jesus O apresenta, a característica materna, designando-O por Abbá/Pai-Mãe.
Celebrando a pessoa, a mensagem e os atos de Jesus na Sua vida pública nas estradas da Palestina, nós cristãos cultivamos aquilo que a Teologia chama de "cristocentrismo", porque Cristo é o centro fundamental da obra de salvação querida por Deus e que Ele, Jesus, nos trouxe e testemunhou pela Sua morte e ressurreição.
Não nos esqueçamos, porém, que o cristocentrismo, por sua própria natureza, é "teocêntrico", porque Jesus de Nazaré nos revela o mistério de Deus de modo único e incomparável. Assim, estudando a cristologia, descobrimos que o cristocentrismo atinge as suas culminâncias, abrindo-nos caminho para o mistério do Deus/Trindade.
Em Jesus Cristo, na Sua encarnação por obra do Espírito Santo, o Verbo de Deus entrou, pessoalmente, na história humana. O Filho baixou até nós para fazer-nos participantes de Sua filiação divina. Por isso, confessamos, com certeza absoluta, que o acontecimento Jesus Cristo é a história humana de Deus entre Seu povo.
Afirmamos que nessa história humana o Filho assumiu ,por nossa causa, revelar-nos o segredo da intimidade divina: o Pai, que é a fonte, a origem; o Filho, que vem eternamente do Pai e, através do Filho, o Pai nos envia eternamente o Espírito Santo.
Mostrando-nos essas relações interpessoais, cerne da intimidade e da comunhão divina, o evento Jesus Cristo nos revela que "Deus é Amor", na memorável intuição do evangelista João, e que o amor que Deus é transborda abundantemente até a nossa humanidade.
Em Jesus de Nazaré Deus se revela um "Deus diferente". Não no sentido de que Ele é outro Deus, mas no sentido de que Ele é o Deus único, e que nos fala e Se comunica pessoalmente conosco na pessoa de Seu Verbo feito carne. Jesus, para nós, é então a "face humana de Deus".
A imagem de Deus impressa no rosto de Jesus de Nazaré constitui a imagem de um Deus que, livremente, por amor quis, nos termos admiráveis do apóstolo Paulo, auto-esvaziar-Se em Sua própria auto-doação. Em Jesus, Deus Se tornou "o Deus-para homens- e- mulheres-de-modo-humano", como nos desvela o teólogo e pastor luterano Bonhoeffer, num texto inesquecível de um de seus sermões dedicados à festa do Natal, que acabo de ler.
Livre em Sua auto-doação, o Deus de Jesus de Nazaré é também um Deus que nos liberta e nos resgata: "Jesus, o Libertador", nos transmite, de forma humana, a liberdade gratuita com que Deus nos liberta para sermos filhos Seus, conforma vários textos paulinos.
Em Jesus de Nazaré nossa história humana se tornou também história de Deus. E nesta história, para sempre e pessoalmente, Deus se uniu com a humanidade por um vínculo indissolúvel, permanecendo comprometido conosco de maneira irrevogável, num diálogo de salvação e de dom de Si mesmo. É o Espírito Santo que nos inspira e nos mostra os caminhos do autêntico seguimento de Cristo.
Todo este elenco de verdades teológicas e sobrenaturais está implícito nas festividades do Natal de Jesus, que nesta semana estaremos celebrando em todas as igrejas do mundo inteiro.
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