"Ó Pai Nosso, se estás no Céu
e se santo é Teu nome
por que não é feita Tua vontade
assim na Terra como no Céu?
Por que não dás a todos
seu pão de cada dia?
Por que não perdoas meus erros
para que eu não precise fazer tantas queixas?
Por que, sendo Tu tão poderoso
no Céu e na Terra
permites que eu viva mergulhado no pecado?
Se estás mesmo no Céu, ó Pai Nosso, meu Pai,
por que não me livras de todos os meus males
Para que eu então possa dizer do fundo de minha alma
Amém?"
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Gosto muito da palavra "Amém".
É uma palavra hebraica que possui a mesma raiz (mn) que as demais palavras hebraicas que significam Fé, Verdade, Segurança, Firmeza e Confiança.
Ter Fé, biblicamente, mais que aderir a verdades, implica um confiar-se filial a um sentido secreto e último da realidade. É poder dizer ao mundo, à vida, à totalidade do que existe um "Sim" e "Amém". Por isso que no oposto da Fé se encontra o medo e a incapacidade de entregar-se confiadamente a um "Maior" do que meu pobre ser.
E este "Maior", sentido secreto e último, sentido dos Sentidos é decifrado como Deus, Pai de infinita bondade e amor. "Amém" significa então: "Assim seja". Com o "Amém" desejo reforçar, reafirmar e confirmar meu pedido, minha oração, meu voto de louvor a Deus.
Poder dizer "Amém" é o mesmo que poder confiar e estar seguro e certo de que tudo se encontra nas mãos do Pai; é já ter superado a desconfiança e o medo, apesar de tudo.
Quando rezo o "Pai Nosso" tenho consciência de que esta invocação encerra toda a trajetória minha e da comunidade humana em seu impulso para o Céu e em seu enraizamento na Terra. Nela se traduz o momento de luz e também o momento de trevas. E para ambos é que posso dizer "Sim" e "Amém". E o digo diante do perigo do mal, às solicitações das tentações, às ofensas recebidas e à busca onerosa do pão de cada dia, porque tenho a certeza de que Deus é Pai, estou consagrado ao Seu Nome que é santo, confio que Seu Reino vem e estou seguro de que Sua vontade se fará assim na Terra como no Céu.
A oração do "Pai Nosso" começa na confiança com que ergo meu olhar ao Céu, de onde me poderá vir a minha libertação do Pecado e a certeza de que meu fim está nas mãos misericordiosas de Deus-Pai.
O "Amém"no final do "Pai Nosso" expressa a confiança que tem seu fundamento no próprio Jesus, que me ensinou esta sublime oração. Ensinou-me também que Jesus assumiu todas as contradições de minha sinistra existência de pecador e a libertou total e graciosamente.
O apóstolo Paulo, em 2Cor 1,19 me diz com uma intuição profunda: -"Ele foi sempre Sim".
Tudo o que Deus prometeu a nós, humanos, - e o "Pai Nosso" elenca as promessas de Deus, aquelas para a Vida Eterna e aquelas para a vida terrena - são "Sim" em Jesus. Aliás, o evangelista João o diz apoditicamente: - "Ele é o Amém".
Se Deus é o "Amém" que coloco no término de minhas orações é porque tenho a seguríssima certeza de que serei sempre ouvido por Deus. Maior que a certeza de minhas necessidades levadas até Deus, é a certeza de minha confiança filial: Deus Pai me atendeu. Amém.
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