Concordo com as palavras do jornalista Carlos Alberto Di Franco, quando ele diz que o Papa Francisco é um comunicador de mão cheia. Intuitivo. Simples. Direto.
Seu estilo é surpreendentemente solto e provocador. Seu discurso é coloquial e próximo. É um Papa falante, alegre, com jeito não de Papa, mas de pessoa laica. Um Papa diferente. Mas é o Papa, reforça Di Franco. Ele tem plena consciência do seu ministério e de sua autoridade à frente da Igreja. Não pode ser interpretado pela metade. É preciso ir ao cerne de seu pensamento e de suas ações no dia-a-dia de seu ministério.
Francisco é Papa, a autoridade máxima do Catolicismo neste nosso mundo. E, claro, não mexerá nunca nas doutrinas da Igreja Católica, das quais é seu fiel depositário. Para ele, sua defesa da vida, por exemplo, desde o instante da concepção, é clara, forte, sem qualquer sombra de ambiguidade.
Insiste muito na essência da mensagem cristã: o carinho, o acolhimento, a compaixão de Deus, principalmente para o oprimido, para o que sofre. Por esse motivo, decretou o "Ano da Misericórdia", que estamos vivenciando na paróquia que frequento, a São Pedro e São Paulo.
Impressiona-me, bastante, o tom profundamente humano que dá a todos os seus pronunciamentos. Deixa ele claro que os católicos não devem ser "anti-nada". A proposta de seu pontificado é uma proposta afirmativa, alegre, como que revolucionária, não desembocando nunca em um complexo simplesmente moralizante. Sua proposta aparece a mim como um desafio empolgante proposto por uma pessoa divina, Nosso Senhor Jesus Cristo, em todas as Suas parábolas.
Seu pontificado está sendo recebido pelo mundo cristão como um testemunho de Fé, convicção e coragem, e ele acredita que a firmeza da Fé, da Esperança e da Caridade, acabarão por galvanizar a nostalgia de Deus, que domina os mais variados estamentos do mundo contemporâneo.
Insiste o nosso Papa que o Cristianismo não é uma alternativa negativa, um encolhimento medroso ou uma simples resignação diante do imponderável.
O Papa Francisco acredita, prega e insiste que o esgotamento do materialismo histórico e a frustração do mundo hedonista e consumista prenunciam um novo perfil existencial que mudará inevitavelmente, para melhor, o terceiro milênio que está para chegar, trazendo o resgate do verdadeiro e necessário humanismo.
O Papa Francisco dá boas manchetes para a imprensa internacional. Insiste que não podemos priorizar somente questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual, ao uso de métodos contraceptivos. Quando se falar nesse assunto, que se fale dentro de um contexto, porque o parecer da Igreja Católica é conhecido por todos.
Creio firmamento que o pontificado de Jorge Mário Bergóglio, nosso querido Papa Francisco, está sendo, no fundo, uma forte manifestação da unidade da Igreja e da continuidade da presença de grandes Papas à Sua frente, quando Ela mais precisa deles.
O Papa Francisco é, realmente, na minha modesta opinião, um provocador dentro das atuais perspectivas da Igreja de nossos tempos, e essas perspectivas devem ser levadas em conta, se quisermos ser totalmente fiéis e coerentes com os caminhos provocadores propostos pelo nosso Papa.
O Papa Francisco é, realmente, na minha modesta opinião, um provocador dentro das atuais perspectivas da Igreja de nossos tempos, e essas perspectivas devem ser levadas em conta, se quisermos ser totalmente fiéis e coerentes com os caminhos provocadores propostos pelo nosso Papa.
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Aroldo Teixeira de Almeida é Professor aposentado do Quadro Próprio do Magistério Paranaense, e bacharel em Teologia Sistemática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.