Diante desta tarefa que pretendo tratar agora, creio que estou perplexo sobre que caminho devo tomar. Tenho dois caminhos a escolher, e é urgente que eu o faça da melhor maneira possível, pois se trata de minha salvação eterna.
A terrível verdade é que me sinto só e um tanto quanto desesperado. Sim, dois caminhos a escolher: ou o Cristo ressuscitou ou não. Ele é o caminho, como aprendi no Catecismo, ou não é. À minha frente está o caminho da negação: se eu quero desesperar, que eu me desespere até o fim. Pois que eu seja desesperado; que eu seja pornográfico. Que eu beba, que eu coma, que eu fornique. Se Cristo não ressuscitou!
Se minha mulher me cansa, que eu arrume outra, mas não me justifique, em nome de uma teoria qualquer. Que eu me farte com as bolotas da vida, mas que não deixe que a palavra da censura me persiga, como a sombra de um Verbo. Que eu não diga nada. À minha frente está o caminho, que não é a Verdade, e muito menos a Vida: se eu quiser entrar por ele, tenho toda a liberdade de entrar.
De nada me adianta convencionar as conversinhas muito ouvidas de que sou imortal e que o suor da agonia só umedece a fronte do meu vizinho da esquerda. Não adianta fazer filosofia sobre as pedras do caminho, ou poetar sobre as flores à margem da estrada.
Que eu seja consequente e desesperado: que eu entre pelo caminho das urtigas, cerrando os dentes, apertando os punhos; que eu me aprofunde por ele até o fim, até que minhas pernas me conduzam para um barranco sem brecha! Se Cristo não ressuscitou!...
Ou Deus existe ou não existe. Se não existe, acabou-se. Que não exista. E se assim for, que eu seja abandonado de vez, enjeitado, atirado nas areias ardentes de um deserto, habitante casual de um gracejo cósmico.
Ou o Cristo ressuscitou ou não. E se Ele não ressuscitou, já o disse o Apóstolo Paulo, sou a mais desgraçada das criaturas, porque perdi a última aposta. Mas que conserve ao menos a sombra de uma dignidade. Não adianta parar em meio do caminho, sentar-me num banco da praça pública balançando a cabeça por causa das tragédias da vida. Não adianta culpar o século em que vivo, nem correr atrás de fantasmas que me povoam a imaginação; não adianta ter razão ou deixar de a ter; calar ou falar; ficar em casa quietinho mexendo nas teclas do computador...
Nada adianta. Nem ser bom, nem ter caráter, nem ter vergonha, nem ter sentimentos, nem dar pêsames ao vizinho pelo atropelamento de seu cachorro de estimação, batendo-lhe pancadinhas de consolo em seu ombro.
Ou o Cristo ressuscitou ou não. Se Ele não ressuscitou, que todo o resto vá para as urtigas! Que eu saia pelas ruas dançando meu último carnaval. Que bote de lado vinte séculos de uma moral de escravos: que pisque olhos; ponha línguas de fora; que eu seja esperto.
E todos - se Cristo não ressuscitou - todos juntos, os bilhões de seres deste planeta - apinhados numa planície imensa, no Saara, desatemo-nos a rir, a rir de nós mesmos e de tudo, fazendo figas para o sol, para as montanhas, para o mar - e sempre rindo, rindo, rindo, até rebentarmos! Sejamos como disse Paulo: as mais desgraçadas das criaturas!...
MasCristo ressuscitou! - cantam os anjos nas alturas!
Lágrimas e mais lágrimas! De júbilo. De alegria. Aleluia!
Jesus ressuscitou!!!
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Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Sistemática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.
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MasCristo ressuscitou! - cantam os anjos nas alturas!
Lágrimas e mais lágrimas! De júbilo. De alegria. Aleluia!
Jesus ressuscitou!!!
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Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Sistemática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.
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