quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

AINDA FALANDO DO NATAL...


       O Natal nem bem chegou, e já passou, como um viajor apressado.
      Em todo caso, Você nesses dias cumpriu todo o ritual que as convenções sociais   o obrigaram a observar, religiosamente: Você foi ao shoping, comprou presentes prá todo mundo de suas relações, com certeza foi também ao supermercado para ver (só ver) o preço dos artigos importados, ou,  por via das dúvidas, deu um chego na loja de 1,99  para ver se ainda tinha daquelas bonitas mangueiras de luzinhas...
      Espere um pouco: que Natal é esse seu?
      No meu confuso entender, certamente  não é um Natal cristão. Um Natal só baseado em dar e receber presentes, ou num vergonhoso comes e bebes, sem medida, não é um Natal cristão.  Se Você se fantasiou de Papai Noel, para dar uma satisfação a seus filhos, parentes e amigos, lembre-se que o tão falado Papai Noel não é criação cristã, mesmo que o povo diga que a sua origem é o antigo e famoso bispo São Nicolau. Papai Noel, dizem-nos as más línguas, com razão ou sem razão, é uma criação pagã.
      Na minha opinião, certamente contestada por Você e outros da mesma mentalidade, no Natal como hoje o temos, com certeza entrou aí nele o capitalismo materialista e consumista, que na primeira quinzena de janeiro vai fazer o costumeiro balanço de fim de ano e afirmar de boca cheia que o Natal de 2012 foi melhor que o de 2011, porque vendeu 10% a mais...
      Como disse linhas acima, no meu medíocre entender precisamos urgentemente mudar o registro, pois o aniversariante é outro, e diz-nos o Frei Estevão Nunes op que não tem sentido festejar um aniversariante que está a infinitos quilômetros de distância ausente.
      Lembro que estamos no ano de 2012. Mas a partir de quando? Até aqueles que não acreditam em Deus ou em Seu Filho Nosso Senhor Jesus Cristo são obrigados a confessar: a partir de 2012 depois de Cristo. Isto porque, queiram eles ou não, é Jesus quem divide a História em Antes de Cristo, e Depois de Cristo.
      É Ele o aniversariante que desejamos celebrar. E "celebrar" não significa apenas lembrar um aniversariante distante, ao redor de uma mesa de comes e bebes, mas reviver o aniversariante plenamente e gloriosamente vivo aqui e agora, no presente.
      Este é o Natal cristão, um Natal que celebra a vida nova que Jesus, o Cristo de Deus, veio trazer para a humanidade inteira, para todos e para cada um de nós, sem distinção de raça, de cor, de condição social, ou de religião. Cristo nos vem trazer, a cada Natal que celebramos, uma vida de paz, de harmonia, de fraternidade, de solidariedade.
      Veio trazer-nos uma vida que tenha sentido, e não seja apenas ficar correndo o tempo todo atrás dessas coisas que passam tão depressa, que nos trazem só um pouquinho de satisfação, e nada mais do que isso.
      Certamente, se Você é um cristão que se diz caridoso, não lhe basta comprar uma cesta básica para presentear uma família que Você julga necessitada, porque isso não irá de maneira alguma modificar em profundidade a vida dela.
      Não basta Você fazer uma limpeza no supérfluo do seu guarda-roupa, para doar o que sobrar a alguma família carente ou a alguma instituição filantrópica. Isto não vai mudar a vida de ninguém. Aliás, não é esse o Natal de Jesus Cristo.
      Se Você costuma ler de vez em quando a sua Bíblia Sagrada, certamente descobriu nela que Jesus nasceu sem casa, sem roupa, sem berço, sem o calor de um fogo familiar amigo. Nasceu apenas cercado pelo calor sem tamanho do amor de Maria e José, e o salutar alimento que provinha da própria vida de Sua Mãe, Maria.
      Como que para dizer-nos que nada que é material pode dar sentido à vida de cada um de nós. Como que para lembrar-nos que a busca de bens materiais não é a coisa principal na vida humana, e que há outros valores mais mais altos.
      Passadas as festividades do Natal, cumpre-nos agora vivenciar o sentido do seu Mistério e adequar-nos a ele. É reconhecer que só há um sentido para a vida, que é mergulhar sem hesitação e sem desvios, nessa busca de uma vida em plenitude, a nós prometida pelo Pai de todas as vidas!
      Esta é a verdadeira e autêntica mensagem que nos traz o Natal que acabamos de celebrar.

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