segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

OS TRÊS ASPECTOS DO ATO DE FÉ


      De vez em quando assalta-me uma pungente saudade de meus tempos de acadêmico de Teologia, na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo,  na qual me licenciei em Teologia Sistemática, nos longínquos  idos de sessenta.
      É o que me aconteceu agora, ao folhear o livro do escritor belga, Charles Moeller, "A Fé em Jesus Cristo", primeiro volume da trilogia "Literatura do Século XX e Cristianismo". E, falando da Fé em Jesus Cristo, achei útil fazer um pouco de Teologia neste blog, e o faço abordando um tema não muito costumeiro, segundo meu parecer. Peço licença aos eventuais leitores para tentar desenvolver o que denomino  "Os três aspectos do ato de Fé", tema exaustivamente explorado por Moeller na sua importante obra.
      Pois vamos então à Teologia:
      Que devemos entender por esta virtude teologal da Fé, que nos faz aderir com certeza à Palavra de Deus, presente nas Escrituras Sagradas e proclamada pela Igreja?
      A vida de Fé aparece com mais evidência no testemunho daqueles que consideramos santos neste século, por exemplo, esses mártires que morrem por Cristo em várias regiões do mundo, nas mãos de fanáticos fundamentalistas de todas as ideologias, apesar de que isso não preocupa muito os nossos contemporâneos, que costumam dizer: esses santos têm Fé; nós não a temos, ou não estamos muito certos de a ter."
      Como então chegar à Fé, ou encontrá-la, ou fortalecê-la?
      É sobretudo o problema do ato de Fé, pelo qual homem e mulher se obrigam inteiros, de corpo e alma, sob a garantia do testemunho divino, que nos preocupa a todos. O ato de Fé não se trata de um gesto feito de uma vez por todas, no passado, mas sim de um compromisso que deve ser renovado todos os dias; porque é todos os dias que se deve renovar o ato de Fé, não apenas com a boca, mas com toda a alma.
      Se apelarmos para a Teologia, ela nos responde que a Fé é sobrenatural, livre e racional.
      É sobrenatural, porque, no princípio, no meio e no fim, é sempre o apelo de Deus que solicita homem e mulher, os ampara e os faz chegarem à Fé.
      É livre,  porque, sem o consentimento da vontade humana, nem todo o oceano da divindade conseguiria franquear os umbrais do nosso tabernáculo interior.
      É racional, porque, no começo, no meio e no fim, o ato de Fé é uma atividade eminentemente digna da inteligência humana.
      Estes três aspectos são entre si complementares, sustentam-se mutuamente, implicam-se sem descontinuar, e a autêntica vida de Fé consiste, entre outras coisas, em manter vivo o equilíbrio desses três polos, entre os quais, como num campo de forças elétricas, oscila o nosso ato de Fé.
      Ficam aqui estes rudimentos de Teologia, como colaboração deste blog para irmos conhecendo melhor a Fé que nos anima e que nos indica o caminho para a Casa do Pai de todos os pais.

3 comentários:

  1. Professor Vô...muito bom o post.
    "...A FÉ...compromisso que deve ser renovado todos os dias."

    Um abraço, fica com DEUS...sempre!

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    1. Prezadíssima "Coração que pulsa":

      Fico muito feliz com a sua valiosa presença no meu despretensioso blog. Apareça sempre!
      Aproveito o ensejo, já que estamos na ante-véspera de celebrarmos a vinda do Senhor Jesus ao nosso mundo pecador e finito, para desejar a Você e aos seus um santo e frutuoso Natal com as bênçãos de Deus.

      "Vô" Aroldo.

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    2. Ô00 VÔ...quase chorei aqui...
      Desejo muitas felicidades para o Sr. também. Que sua família esteja guardada nas mãos do nosso SENHOR JESUS.
      Um abraço em todos.
      Fica com DEUS...sempre!

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