terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NÃO HAVIA LUGAR PARA ELE...


      Quando Você passar pelas estradas da vida, abrigado contra o frio, protegido contra a chuva, e descobrir na Pessoa de um pobre o próprio Jesus Cristo ensopado, de roupa colada ao corpo, de ossos gelados, de alma tiritando de frio, mesmo que Você não possa parar, mesmo que não haja lugar no seu carro, ou não lhe seja possivel levar para casa o seu Senhor na pessoa daquele pobre, - vá rezando para que um dia sem grande demora haja lugar para Ele em todos os carros, em todos os lares, em todos os corações...
      Deus me livre de querer julgar irmãos ou irmãs minhas que veem pobres caídos no chão, talvez em dias de chuva, sem agasalho, e que, no entanto, esses irmãos ou irmãs minhas não encontrem possibilidade nem de parar por um instante...
      É tão raro, é tão difícil sermos criaturas livres para fazer tudo o que o coração nos pede! Não somos sozinhos neste nosso mundo. Dependemos de muita gente. E mesmo que não dependêssemos de ninguém, como seria bom se tivéssemos a possibilidade de levar conosco para casa o Irmão caído na chuva! Sem dúvida, foi o que fez o Samaritano que conhecemos pelo texto dos Evangelhos...
      O triste é que, sem sermos um Louco Sagrado como Vicente de Paula ou Francisco de Assis, o fato é que diante do Irmão caído na chuva, logo mil raciocínios rebentam em nossa cabeça:
      - Se eu levar esse pobre hoje para minha casa, amanhã aparecerão dez, e o número só tenderia a crescer...
      Horrível é fazermos de conta que nada vimos. Antievangélico e anticristão é nunca parar um instante para examinar o que fazer, chamar os vizinhos, ou membros conhecidos de nossa paróquia, ou algum companheiro de trabalho ou de diversão, ou qualquer outra pessoa de boa vontade!
      O que, sozinhos, é impensável fazer, talvez com a ajuda de outros, seria ainda impossível? Para o Irmão caído na rua o abrigo, o cobertor, a sopa quente, seriam preciosos no momento. Mais importante ainda seria completar a ajuda encaminhando o Irmão para uma entidade que lhe conseguisse um emprego, que permitisse ao nosso Irmão ou Irmã necessitados caminhar seguros com os próprios pés.
      Se tivermos coragem de ir mais longe ainda, poderíamos perguntar como ajudar nossas autoridades públicas a construir uma Cidade menos egoísta e mais humana.
      Afinal, é verdade ou não, que todos nós que nos dizemos cristãos, temos o mesmo Pai, e que, sendo assim, todos nós somos Irmãos?...
      Que este Natal que estamos comemorando seja de verdade um Natal cristão, que nos ilumine e que nos leve a fazer com que o Amor, a Caridade, a Fraternidade se tornem definitivamente o sal  que nos tempere a vida e o relacionamento com os nossos Irmãos, na caminhada para a Casa do Pai de todos os pais!

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