quarta-feira, 9 de setembro de 2015

VOLTAR AO PAI DE TODOS OS PAIS



            Tenho para mim que, neste nosso mundo, uma coisa é importante para quantos se dizem cristãos: "voltar ao Pai". O Filho veio ao mundo e morreu por nós, ressuscitou e subiu para o Pai. De lá enviou-nos o Espírito Santo para que nEle e com Ele pudéssemos então voltar ao Pai.
            Sim, para que pudéssemos passar completamente para além da névoa de tudo que é transitório e inconclusivo: voltar ao Imenso, ao Primordial, à Fonte, ao Inconhecido, Àquele que ama e conhece, ao Silencioso, ao Misericordioso, ao Santo, Àquele que é tudo.
             Procurar algo, preocupar-se com algo fora disso é loucura e enfermidade. Pois isso é o sentido pleno e o cerne de toda existência. E é nisso que todos os negócios de nossa vida e todas as necessidades do mundo e dos homens e mulheres tomam seu sentido certo. Tudo aponta para essa única grande volta à Fonte.
             Toda a meta que não  é fim último, todo o "fim da linha", que podemos "ver"  e planejar como "fim" ou "fins", são simplesmente absurdos, porque estas coisas nem têm início. A "volta" é a volta para além de todos os fins e o início de todos os inícios.
            O "retorno ao Pai"  não é um "voltar" no tempo, não é fechar o livro da História, nem reverter seja o que for. É ir adiante, ir além. Porque retroceder pelo mesmo caminho seria vaidade acrescentada à vaidade  -  renovação do mesmo absurdo em sentido reverso.
            Nosso destino é seguir para além de tudo, deixar tudo, apressar para atingir o "Fim" e encontrar, no "Fim", nosso "Princípio", o Princípio sempre novo, Princípio que não tem fim.
             Obedecer-Lhe no caminho para alcançar "Aquele" em que, eu como Você e todos nós, tivemos início, que é a chave e o fim  -  porque Ele é na verdade o único e definitivo "Princípio".
              E fecho este meu pobre texto com uma oração que me parece bastante pertinente a esta manhã brumosa e fria  de minha querida Curitiba, depois da grande festa de Nossa Senhora dos Pinhais, Sua padroeira, celebrada festivamente no dia de ontem:

                            "Hoje, Pai, este céu meio escondido pelas nuvens, Te louva.
                              As delicadas flores verdes e arroxeadas de meu pequeno jardim Te louvam                                          As colinas lá ao longe, na direção de Colombo, Te louvam, juntamente com a 
                             aragem fria que nos obriga a usar agasalho, também Te louvam.
                             As pombas que fazem ninho e arrulham na casa ali em frente te louvam.
                              E eu, Pai, Te louvo com todos esses meus irmãos, e eles expressam,
                              a seu modo, o que vai no meu coração e no silêncio desta manhã.
                              Na verdade, nós todos somos um só silêncio numa diversidade de vozes,
                              cantando um hino em Teu louvor. Amém." 

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