quinta-feira, 19 de novembro de 2015

UMA CONVERSA ENTRE IRMÃOS



            Em todos os recantos desta nossa querida e maltratada Terra, dentro de todas as raças, todas as línguas, todas as religiões, todas as ideologias por mais estranhas que sejam, tenho a firme certeza de que, apesar das reclamações dos pessimistas, existem ainda criaturas que nasceram para dedicar-se, para gastar-se ao serviço do próximo, dispostas a não medir sacrifícios para ajudar de verdade, e enfim a construir um mundo mais justo e mais humano para nossos filhos e netos.
            São criaturas ligadas ao meio em que se acham inseridas, mas que se sentem responsáveis pelo destino de todos com que convivem e que os consagram como irmãos e irmãs, homens e mulheres de todas as latitudes, de todos os climas, de todos os tamanhos, de todas as cores, de todos os graus de riqueza e de miséria, de todas as diferentes manifestações de cultura...
             É preciso que todos nós, independentes de quaisquer preconceitos e divergências políticas ou religiosas, tentemos juntos atingir o essencial da Mensagem a nós deixada pela nossa tradição humanista e  cristã, e que só terá êxito se for adotada como essencial para nossa vida, e traduzida nas próprias categorias e na própria linguagem  por todos e cada um dos diferentes extratos sociais, sejam eles minorias ou não, crentes ou não, mas cuja vocação é doar-se!...
             Sou um cidadão já octogenário nascido em Minas Gerais, um brasileiro, um latino-americano, um cristão católico. Não costumo forçar meu pensamento nem minha linguagem. Que cada um que me leia, ao invés de irritar-se com minhas constantes alusões a Deus (se não crê em Deus) ou a Cristo (se não é cristão), traduza, em termos do seu próprio esquema interior, um conjunto de verdades em que creio firmemente e que transformo em palavras, que não são meras criações de uma fantasia pessoal, mas realidades vividas em comum por todos quantos pertencemos à mesma família humana.
            Não pense, meu benévolo leitor e irmão que, por eu não o conhecer pessoalmente, eu o ignore como um longínquo desconhecido. Peço-lhe que vá traduzindo em "sua" linguagem o que eu vou dizendo na "minha". Onde falo em Deus, quem sabe, talvez Você o traduza por Natureza, ou Evolução, ou Acaso... Isto não é o mais importante.
            Se sente, em seu íntimo, o desejo de responder às qualidades humanas que possui, se o egoísmo lhe parece estreito e irrespirável; se experimenta fome de Verdade, de Justiça e de Amor, saiba que pode e deve caminhar comigo e com todos os que partilham da mesma convicção.
            Sem saber e, talvez sem querer, por partilhar de outra Fé diferente da minha, de frequentar outra Igreja que não a minha, Você é meu irmão ou minha irmã em Cristo. Aceite, pois, a minha fraternidade: nós nos entenderemos e poderemos caminhar juntos, se partilharmos dos mesmos sentimentos de doação e de amor ao próximo.

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