segunda-feira, 2 de novembro de 2015

NÃO JULGUES E NÃO SERÁS JULGADO



            Com que facilidade eu costumo julgar meus semelhantes, tanto os familiares como  estranhos! Não apenas julgo, mas também condeno com comentários, ferindo, agravando em cheio a discreção e a Caridade!
            Cristo, nas minhas leituras diárias da Bíblia, está sempre me avisando:  - "Não julgue, e você não será julgado. Com a mesma medida com que você medir, você será medido!"
            Estas palavras querem significar que, em rigor, eu poderia escapar do julgamento. E muito melhor: se eu não tivesse este péssimo hábito de julgar os outros, se conseguisse passar pela terra, sem julgar ninguém, quando eu chegasse, tímido, diante do Juiz, Ele me surpreenderia, dizendo:
            - "Não, Aroldo, você não será julgado porque, em vida, você nunca pretendeu ser juiz, julgando os seus irmãos humanos!..."
            Engraçado... Tenho a impressão de que gosto mesmo é  de ser julgado no miudinho, no picadinho, porque também costumo julgar e condenar até erros insignificantes, cometidos por minha mulher, minha neta, meus vizinhos e amigos.
            E no entanto sei muito bem que o Senhor Jesus tem prá lá de razão: eu tenho que parar com essa mania de julgar os outros...
            Para julgar seria necessário estar dentro de meu próximo e acompanhá-lo, desde seu nascimento, medindo  as influências positivas e negativas que condicionam seu procedimento atual. Mais ainda: como cada um já traz sua herança, seu equipamento hereditário, seria preciso conhecer, de perto e por dentro, até seus pais e avós...
            Às vezes eu me defendo: - "Eu não julgo: eu vejo."
            Mas o que é que eu vejo, na verdade? Vejo a fachada, pois me é impossível mergulhar no pensamento e no coração daquele que estou julgando. E isso de só ver o lado de fora engana muito; pode ser cara de santo e o íntimo ser uma miséria, como também pode haver cara suspeita e o coração ser de primeira, muito bom.
            E eu me ponho a matutar comigo mesmo: Deus permita que  eu seja julgado de maneira errada, para ver se me convenço de que é impossível julgar corretamente os outros.
            Se diante de mim, a vida de alguém for estraçalhada, sem parecer que julgo e condeno os que jogam pedradas, sem parecer que eu sou o bonzinho, é bom que eu me lembre de alguma qualidade boa do infeliz que está sendo apedrejado... E que jamais eu acredite que existem pessoas que são pura maldade.  Isto é simplesmente impossível. Ninguém, absolutamente ninguém é pura ruindade, da cabeça aos pés...
           Quando é que eu vou me convencer de que, neste nosso mundo, há muito mais fraqueza do que maldade?... Seria bom que eu me lembrasse da atitude de Jesus no Calvário... Os bandidos não fizeram apenas matar o Senhor Jesus. Há humilhações piores do que a morte: Ele recebeu bofetadas e escarros no rosto; foi deixado despido, diante da multidão zombadora.
          Quando se poderia pensar que ao menos aqueles carrascos seriam severamente castigados; quando se poderia pensar que ao menos sobre eles Cristo pediria fogo do Céu, o Mestre disse ao Pai:
          - "Pai, perdoai; eles não sabem o que fazem".
          Um pensamento que me vem à mente, e que eu acho digno de ser guardado para o resto de minha vida, é o aviso precioso de Nosso Senhor Jesus Cristo:
          - "Não julgue, e você não será julgado.  Com a mesma medida com que medir, você também será medido."

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(Estivemos hoje no cemitério visitando, a Isabela, o túmulo de sua mãe, a inesquecível Raquel; sua avó e eu, visitando também os túmulos da Raquel minha filha, e o do Júlio meu filho. Que o Pai de todos os pais tenha na Sua paz estes entes queridos, a Raquel e o Júlio, precocemente falecidos.

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