terça-feira, 29 de março de 2016

A FÉ NO RESSUSCITADO



               "O Cristo, que dos mortos ressurgiu, já não morre, aleluia!"
             
Ementa:-

             "O que distingue o Cristianismo, em última análise?

                                                  *************************


            O que distingue o Cristianismo em relação às antigas religiões do mundo e aos humanismos modernos é este "próprio Cristo"  -   e Cristo crucificado.
            Mas o que nos preserva de confundir este Cristo com outros messias ou Cristos religiosos ou políticos?
            O que distingue o Cristianismo  -  e esta verdade deve ficar bem clara  -  é o Cristo que se identifica com o verdadeiro e histórico Jesus de Nazaré; é, portanto, concretamente, este Cristo "Jesus".
            Mas o que nos impedirá de confundirmos este Jesus Cristo histórico com falsas representações de Jesus, que temos visto no decorrer dos séculos?
            Para mim não há dúvida nenhuma: o que distingue em "última análise" o Cristianismo é, segundo o dizer de Paulo apóstolo, "Jesus Cristo, e Este, crucificado". (1Cor 2,2).
            Não como ressuscitado, glorificado, vivo e divino, mas como crucificado é que Este Jesus Cristo se distingue inconfundivelmente dos muitos deuses ressuscitados, glorificados e vivos e dos endeusados fundadores de religiões, césares, gênios e heróis da história universal.
            A "cruz" não é, -afirmo - somente exemplo e modelo, mas fundamento, força e norma da Fé Cristã: o grande "distinctivum" que, no mercado mundial das cosmovisões religiosas e não-religiosas, diferencia radicalmente esta Fé e seu Senhor, das outras religiões, ideologias e utopias concorrentes e seus senhores, e O radica ao mesmo tempo na realidade concreta com seus conflitos: "Jesus é o Senhor!"  -  é o credo cristão mais antigo e conciso.
            A cruz separa a Fé Cristã da descrença e da superstição. A cruz, evidentemente à luz da ressurreição, mas ao mesmo tempo a ressurreição à sombra da cruz!

            
                                            ****************************

Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital Paulista.
             

quarta-feira, 23 de março de 2016

A FÉ NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO




          Ementa:

          "A Fé na ressurreição de Cristo não é um acréscimo, mas uma radicalização da Fé em Deus; da Fé no Deus criador e redentor, em Cristo Jesus".

                                                       ******************


            Como católico apostólico romano que sou, pela Graça de Deus, eu creio na ressurreição dos mortos, porque creio na ressurreição de Jesus. Sua ressurreição é a garantia segura também da minha, mas com um pormenor: ao contrário da doutrina tradicional, que coloca a ressurreição num pretenso final dos tempos, eu creio, com o teólogo que admiro, Leonardo Boff, que a ressurreição individual se dá no preciso momento da morte, nem antes nem depois.

                                                     ******************

            a) - "Radicalização da Fé em Deus":  A fé na ressurreição não é um acréscimo à Fé em Deus, e sim uma Fé em Deus que não pára no meio do caminho, mas trilha o caminho consequentemente até o fim. Uma Fé em que homem e mulher, sem evidência estritamente racional, mas com confiança plenamente razoável, se fia nisto: o Deus do princípio é também o Deus do fim: assim como Ele é o criador do mundo e do homem e da mulher, também é deles o consumador.
            b) - "Radicalização da Fé no Deus Criador": A Fé na ressurreição não deve ser interpretada apenas como interiorização existencial ou mudança social, mas como radicalização da Fé no Deus criador:
            Ressurreição significa real vitória sobre a morte pelo Deus criador, a Quem a Fé tudo atribui, mesmo o fim último, mesmo o domínio sobre a morte. O fim que, na verdade, e eu o creio firmemente, é um começo.
           Quem inicia seu "Credo" com a Fé em "Deus criador todo-poderoso" pode também terminá-lo tranquilamente com a Fé na "vida eterna". E porque Deus é o Alfa, é também o Ômega (como dizem os teólogos, o Começo e o Fim).                                                                                                                          Somente um ateu pode afirmar, com todas as letras, que com a morte tudo termina.
     c) - "De pregador a objeto de pregação" : Segundo os testemunhos unânimes do Novo Testamento, é o próprio Jesus de Nazaré, experimentado e reconhecido como vivo, que faz entender por que Sua causa prosseguiu - o enigma da origem do Cristianismo:
       - por que, após Sua morte, chegou-se ao tão expressivo movimento de Jesus; após o suposto fracasso de Jesus, chegou-se a um novo começo; após a fuga dos discípulos, chegou-se a uma comunidade de fiéis, que chamamos Igreja? 
         - por que este herege renegado e condenado por Deus, profeta da mentira, sedutor das massas e blasfemador foi proclamado, de maneira simplesmente temerária, Enviado de Deus, Cristo, Senhor, Salvador e Filho de Deus?
          - por que a cruz,  o patíbulo da ignomínia, pôde ser entendida como sinal de vitória?
       - por que as primeiras testemunhas, baseadas numa suprema confiança, sem medo de serem desprezadas, perseguidas ou mortas pelos fariseus, difundiram entre homens e mulheres uma nova tão escandalosa de um justiçado pela Lei, como se fosse uma boa-nova (Evangelho)?
        - por que Jesus não foi venerado, estudado e seguido apenas como fundador e mestre, mas experienciado como atuando presentemente no espírito?
          - por que consideraram o mistério de Deus ligado á Sua história enigmática e cheia de tensão e, com isso, o próprio Jesus se tornou o verdadeiro conteúdo de Sua pregação, o resumo do anúncio do Reino de Deus: Aquele que convidava para a Fé, transformado agora em conteúdo da Fé; o Jesus pregador, transformado agora no Cristo objeto de pregação?
            É o que tentarei desenvolver no próximo blog.

                                                      ********************

Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista

                                                    *********************

domingo, 20 de março de 2016

A FÉ QUE ME SUSTENTA


            Neste "domingo de ramos" - porta de entrada para as solenes ações litúrgicas da Semana Santa - é bom fazermos uma ligeira meditação sobre a Fé, dom de Deus que nos sustenta nos caminhos de nossa vida. Antes, uma constatação:
               Se quase não há mais Cristandade como em séculos passados, em compensação há Cristãos. Cristãos escolhidos, conscientes, que preparam o futuro em segredo.
            Que os haja em todas as nossas comunidades, cristãos fervorosos e atuantes, levando uma vida espiritual mais rigorosa que muitos de nossos antecessores na Fé, já é uma esperança e uma alegria,
            Quanto mais  no plano dos conjuntos políticos e institucionais a apostasia é planetária, no plano das comunidades populares, como nas comunidades eclesiais de base, a Fé se mostra viva e atuante. Graças sejam dadas a Deus por elas. Porque verdadeiramente é um milagre, o milagre da Fé.
              A Fé é sempre um caminho a percorrer e uma conquista a realizar-se no dia-a-dia do Cristão.
              Um pouco de Teologia : a Fé é "sobrenatural", é "livre", é "racional".
            É sobrenatural porque, no começo, no meio e no fim, é sempre o apelo de Deus que solicita homem e mulher, os ampara e os faz  chegarem à Fé, precioso dom de Deus.
           É livre porque, sem o consentimento da vontade, nem todo o oceano da Divindade conseguiria abrir as portas de meu tabernáculo interior.
            É racional porque, no começo, no meio e no fim, o ato de Fé é uma atividade eminentemente digna da inteligência humana.
            A primeira responsabilidade de um homem e de uma mulher de Fé é fazerem de sua Fé  uma parte importantíssima da vida, não para discuti-la, mas para vivê-la.
            Para ser viva, a Fé necessita de uma contínua atualização, pois somente assim ela deixa de ser teoria abstrata, para se converter em experiência efetiva de vida.
            O homem e a mulher de Fé, como também o ateu ou a atéia, não habitam mundos diferentes; simplesmente habitam de maneira diferente um só e o mesmo mundo. Ambos vivem a mesma vida, só que a vivem em patamares diferentes.
            E mais:
            A Fé amadurece no silêncio e na oração.


                                                ******************************

Um pouco de Rainer Maria Rilke, o poeta francês de minha predileção, que estou lendo atualmente:


                                                   C`ÉTAIT  LE JOUR...


                                C´était le jour des chrysanthemes blancs  
                                -  et j'avais presque peur de sa splendeur pesante -                                                                                 Alors tu vins prendre mon coeur, tu vins à moi
                                 en pleine nuit.


                                                         J'avais très peur, mais tu vins, chère et tendre,
                                                         - dans mon rêve, un instant, j'avais pensé à toi -
                                                         Tu vins, et doucement, comme un air de légende,
                                                         tinta la nuit...
                                      
                                    
                                              ********************************





Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.

quarta-feira, 16 de março de 2016

SAUDADES DA RAQUEL



            Arrancando uma pagela do calendário sobre minha mesa de trabalho,  referente ao dia 17 de março deste ano de 2016,, encontrei ali esta  anotação:
          "Aniversário da Raquel: se ela estivesse viva, faria hoje 49 anos, e toda a nossa pequena família estaria em festa!"
            Infelizmente, esta  é a pura verdade: não podemos comemorar seu aniversário natalício, mas apenas chorar a sua ausência dentre nós, pois está fazendo hoje quatro anos e sete meses que ela nos deixou, partindo definitivamente para a Casa do Pai de todos os pais.
            Que Deus a tenha na Sua paz, minha filha querida!
          Fique Você sabendo, querida Raquel, que hoje, de manhãzinha, este velhote já meio careca, apenas com alguns cabelos brancos na cabeça, carcomido pelo peso de seus oitenta anos, confessa francamente, de público, que chorou. Hoje seria seu aniversário, e cadê Você, para que pudéssemos abraçá-la, cantar-lhe o "Parabéns prá Você", comer uma fatia do bolo gostoso que sua mãe sempre fazia com tanto capricho, nesta data?
        Você não está mais entre nós. Deixou órfã sua filha Isabela, hoje com dezoito anos, esbelta, com seus olhos azuis e seus cabelos encaracolados! ah, se Você pudesse vê-la aí do Céu, onde Você está! Iria admirar-se ao ver como ela está linda!
         Não posso mais abraçá-la, filha querida! Mas sei que Você gostava de poesias. Infelizmente não tenho o dom sublime dos poetas, mas aceite estes meus rabiscos dedicados a Você após o seu falecimento, e que encontrei num velho caderno que até hoje guardo com carinho:


                                                   "...se eu pudesse
                                                   na hora mais dolorosa
                                                   do sepultamento de minha filha Raquel
                                                   quando a sua urna funerária
                                                   era colocada túmulo a dentro
                                                   eu faria
                                                   com que pairasse sobre os presentes
                                                   uma revoada de andorinhas
                                                   lembrando
                                                  a sua Ressurreição NA morte
                                                  como é a Fé
                                                  que me anima e me mantém vivo
                                                  até hoje...
                                                  Oh! como seria bom
                                                  se eu pudesse!..."
           
              
         
              Saudosa Raquel: sei que todos nós nos esquecemos muito facilmente de tudo quanto nos pode magoar.   Uma vizinha, querendo confortar-nos, à sua mãe e a mim, ao contarmos a ela sobre os quatro anos e  sete meses de seu falecimento, nos disse que o tempo cura todas as feridas, e com o tempo nós nos acostumaríamos com a ausência da filha querida.
             A sós comigo mesmo, comecei a refletir sobre a opinião daquela senhora, e cheguei também à conclusão de que nos acostumamos com relativa facilidade. Sei que a gente se acostuma a andar pelas ruas e ver caras conhecidas ou mostruários de lojas. A ver bancas de revistas e folhear jornais, buscando notícias ou anúncios de coisas que nos interessam.
            A gente também se acostuma com a poluição da cidade grande, as janelas de casa sempre fechadas, os portões sempre trancados a cadeado, por receio de eventuais larápios. Com as janelas sempre fechadas, logo nos acostumamos a não abrir as cortinas. E porque não abrimos as cortinas, logo nos acostumamos a acender mais cedo as luzes. À medida que se acostuma a isso, esquecemos o sol, esquecemos o ar puro, esquecemos a amplidão do olhar!
            A gente se acostuma quase sempre para preservar a pele, para evitar feridas e sangramentos emocionais, para poupar os dissabores do dia-a-dia. Aos poucos, de tanto acostumar, nos acostumamos conosco mesmos, a ponto de não sabermos mais desfrutar das alegrias da vida.
            Como escrevi linhas acima,  a vizinha disse à minha esposa que o tempo cura todas as feridas, e o tempo a faria  acostumar-se com a ausência da filha falecida. De fato, a gente se acostuma com muitas coisas para não sofrer. Em doses pequenas, fingindo não perceber, vamos afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
           Mas, será mesmo verdade que o tempo nos fará acostumarmo-nos com a ausência perpétua de uma pessoa querida, como sempre foi e como sempre será minha querida e falecida Raquel?

                                                             ****************

          Minha filha, hoje, data de teu aniversário, não podemos abraçar-te, fazer-te festas, mas tu estás aí no Céu, em companhia de teu irmão Júlio, cuja partida também choramos; tu estás junto de Jesus, junto de Sua Mãe Maria, junto com os anjos e com os santos. Então eu te peço apenas isto: roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão logo daqui me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou, como diz este singelo poema que te dedico com todo o meu amor e minha saudade:


                                          Minha filha Raquel, que te partiste
                                          tão cedo, desta vida, descontente:
                                         descansa lá no Céu, eternamente,
                                          e fique eu cá na Terra, sempre triste.

                                                                    Se lá no assento etéreo aonde subiste
                                                                    lembrança desta vida se consente,
                                                                    não te esqueças daquele amor ardente
                                                                    que em meus olhos de pai tu sempre viste.

                                          E se vires que pode merecer-te
                                          alguma coisa a dor que me ficou
                                          da mágoa, sem remédio, de perder-te,

                                                                    Roga a Deus, que teus anos encurtou,
                                                                    que tão logo daqui me leve a ver-te,
                                                                    quão cedo de meus olhos te levou! 


                                                             ********************







                                                                   ,
                                                                   
                                                          


segunda-feira, 14 de março de 2016

NEM TUDO ACABOU...



            Ementa:

            Nem tudo acabou com a morte de Jesus. O credo de sua nascente comunidade foi este: 
            O Crucificado vive para sempre junto de Deus, Seu Pai, sinal de esperança para nós.
            Ressurreição não significa volta à vida espácio-temporal, mas continuação da vida espácio-temporal naquela realidade inconcebível e abrangente, última e primeira que chamamos Deus.

                                                     ***********************

            a - "O Crucificado vive" -  Sua morte foi o fim de tudo?
            Evidentemente, não.  Permanece um fato inconteste:
            O movimento iniciado por Jesus deslanchou, de verdade, somente após Sua morte.
            Qual o seu fundamento?
      Quando examinamos as diversas tradições contraditórias e relatos legendários sobre os acontecimentos pascais, notamos "o testemunho concorde dos primeiros fiéis" que viam sua Fé baseada num acontecimento verdadeiro: o Crucificado vive para sempre junto de Deus, sinal de esperança para nós! As pessoas do Novo Testamento estão imbuídas e estimuladas pela certeza de que O que foi morto não permaneceu na morte, mas vive, e todos os que aderem com Fé e Confiança, também viverão.
            A nova e eterna vida de Um, como real esperança para todos.
            b - O que entendemos aqui por "viver"?
            - Não um retorno para esta vida espácio-temporal: a morte não será anulada (não haverá revivescência de um cadáver), mas definitivamente vencida (entrada numa vida bem diferente, imperecível, eterna, celestial).
            c - Não uma continuação desta vida espácio-temporal: o simples falar em "depois" da morte leva a equívocos: a eternidade não é fixada por antes e depois. Significa, muito mais, uma nova vida - que rompe as dimensões de tempo e espaço  -  no reino invisível, imperecível e inconcebível de Deus
( = Céu).     
            d - Ressurreição significa positivamente: Jesus não mergulhou no nada, mas na morte, e fora da morte mergulhou naquela realidade inconcebível e abrangente, primeira e última, foi recebido naquela realidade mais real que designamos pela palavra Deus.                                                                           Lá onde homem e mulher alcançam o seu "eschaton", a realidade última de sua vida, o que os espera?
            Não o nada, mas aquele Tudo, que é Deus.
            O crente sabe muito bem: morte é passagem para Deus, é entrada para o convívio com Deus, para aquele domínio que supera qualquer imaginação, que olho humano algum jamais viu, que se subtrai ao alcance de nossa percepção, compreensão, reflexão e fantasia: o Paraíso!

                                                         *******************

Aroldo Teixeira de Almeida é bacharel em Teologia Dogmática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.

sexta-feira, 11 de março de 2016

QUARESMA: A MORTE E A RESSURREIÇÃO GLORIOSA DE CRISTO



             Ementa:

             O fim violento de Jesus estava na lógica de Seu posicionamento perante Deus e o homem. Sua violenta paixão e morte foi reação dos guardas da Lei, do direito e da moral à Sua ação não-violenta: a morte na cruz torna-se consumação da maldição, frente aos fariseus, segundo a qual Jesus Se tornou o representante dos violadores da Lei, dos pecadores. Ele morre abandonado por Deus e pelos homens.

                                                     *************************


            a - A morte como consequência:-  Jesus não apenas sofreu a morte passivamente, mas a provocou ativamente.

            - somente Sua pregação esclarece Sua condenação.
            - somente Seu proceder esclarece Seu sofrimento.
            - somente Sua vida e obra, juntas, esclarecem o que distingue a cruz dEle, das muitas cruzes
              na história universal.
          b - A maldição da Lei:- Para a época, a morte de Jesus significou que a Lei venceu. Questionada radicalmente por Jesus, ela revidou e O matou. A maldição da Lei acertou em cheio. Na condição de crucificado, Jesus é um amaldiçoado por Deus.
           Com isto, foi rejeitada Sua pretensão, Sua autoridade acabou, Seu caminho demonstrou-se falso: condenado está o herege, o pseudoprofeta, o sedutor do povo, o blasfemador de Deus! A Lei venceu este "Evangelho": não deu em nada esta "justiça melhor" com base numa Fé que, fundada em obras, se opõe à justiça da Lei.
              c - Representante dos pecadores:- Jesus aparece como o pecado personificado. Literalmente, o representante de todos os transgressores da Lei e dos sem-Lei, aos quais Ele substituiu e que, em última análise, mereciam receber o mesmo destino: o representante dos pecadores, no pior sentido da palavra,
           d - Abandonado por Deus:- Jesus morreu não apenas abandonado pelos homens, mas abandonado de todo por Deus: "Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?"
           A "singular comunhão com Deus", na qual Ele pretendia estar, configurou também o seu "singular abandono por Deus."
            Este Deus e Pai, com o qual Ele se identificou plenamente até o fim, não Se identificou ao final com Ele. E assim tudo pareceu ruir por terra. Ele, que anunciara abertamente perante todo o mundo a proximidade e a vinda de Deus, Seu Pai, morre neste total abandono por Deus: como alguém justiçado pelo próprio Deus...
            E porque a "causa" pela qual viveu e lutou estava tão intimamente ligada à Sua Pessoa, com Sua Pessoa ruiu também Sua causa. Na verdade, não existe uma causa independente dEle. Como acreditar em Sua palavra, depois que Ele emudeceu e morreu dessa maneira tão deprimente, como nos revelam os Evangelhos?
             Tudo acabou? Ou, talvez nem tudo tenha acabado com a morte de Jesus? Creio que se deve ter a máxima cautela ao responder. E é o que pretendo discutir num próximo texto.

                                                  *************************

Aroldo Teixeira de Almeida é licenciado em Teologia Sistemática pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Capital paulista.
          

terça-feira, 8 de março de 2016

MEMORIAL DE AGRADECIMENTO E DE SAUDADE...


        Estive no final de semana, com esposa e neta, em visita a meu neto na cidade de Barbosa Ferraz, norte do Paraná, por ocasião de sua colação de grau em Direito. Aproveito para agradecer à minha nora Iraci o ótimo acolhimento que nos proporcionou em sua casa; agradeço, penhoradamente, a todos os colegas professores dos meus tempos de magistério na cidade, que me visitaram e demonstraram a amizade e consideração que ainda, em sua bondade, fizeram que me sentisse totalmente feliz em minha permanência na acolhedora Barbosa Ferraz, onde residi e exerci o magistério por trinta anos ininterruptos.
        Agradeço também a visita e os abraços que recebi de muitos ex-alunos, que se esqueceram do mau humor e da caretice do velho professor e que, apesar dos percalços e pedregulhos encontrados no percurso de trinta anos em sala de aula, os considero inesquecíveis. Agradeço a Deus a Graça de ter trabalhado  e dado o meu modesto quinhão de ajuda na formação de número incalculável de ex-alunos, que hoje estão desempenhando seu trabalho nas mais diversas profissões que escolheram. A vitória deles é o maior agradecimento que eles poderiam e de fato têm-me dado nas raras ocasiões em que, apesar dos meus oitenta ano idos e vividos, ainda tenho viajado para a minha saudosa Barbosa Ferraz e matado as saudades dos tempos felizes que ali vivi.
        A meu filho, à sua esposa Iraci, à sua veneranda mãe, aos meus netos, a meus colegas de magistério que tive a alegria de reencontrar e abraçar - e faço questão de citar de modo especial a professora Francisca, o professor Wanderley e esposa - sem esquecer todos quantos me demonstraram sua amizade e alegria por receberem minha esposa Cida, minha neta Isabela e a mim. A todos, os meus mais sinceros agradecimentos. Ao mesmo tempo, aproveito o ensejo para colocar à disposição de todos os amigos que me derem a honra de visitar-me, a minha modesta residência em Curitiba, no meu endereço: Rua João Sebastião Bunik, 209, sobrado 01.

Muito cordialmente, Aroldo, Cida e Isabela.

                                             ************************************