Neste mês de março de 2013, se minha filha Raquel ainda vivesse, estaria completando 46 anos muito bem vividos, tanto na família, quanto no trabalho, numa das gerências da Caixa Econômica Federal.
Não pudemos celebrar seu aniversário natalício, apenas chorar, desconsolados, a sua ausência física entre nós. A morte inexorável, destino final de todos os viventes, a levou para a Casa do Pai/Mãe de todos os pais e mães que ainda peregrinam pelos caminhos deste mundo.
Ela se separou fisicamente de nós, mas passou a viver mais intensamente do que nunca com sua filha Isabela, com seus irmãos Carlos, Júlio e Aroldo Júnior, e com seus chorosos pais, após seu falecimento em 21 de agosto de 2010 no Hospital Erasto Gaertner de Curitiba, vitimada por um insidioso câncer.
Numa união misteriosa e singular no Espírito Santo, comunicada às coisas que deixou e aos acontecimentos do dia-a-dia em que viveu conosco por tão curto tempo, a verdade é que ela partiu para a Casa do Pai de todos os pais na eternidade, mas continua a viver conosco pela dor sem remédio da saudade.
Sua morte faz com que a revivamos nos objetos em que tocou, nas vestes que deixou e que nós conservamos com carinho, na lembrança das palavras que com ela trocávamos, nos fatos alegres ou tristes que juntos partilhamos, e agora até mesmo nos fatos que se seguiram à sua partida, e que nós lhe comunicamos na prece silenciosa de todos os dias, e com ela conversamos como se estivesse ainda viva em nosso hoje solitário lar.
A morte, destino de todos os agora ainda viventes, a levou, mas a devolveu de novo a nós, banhada pela luz da eternidade e pela gloriosa certeza de sua ressurreição NA morte, que é a Fé que anima e conforta seus pais, e que os mantém ainda vivos para cultuarem a sua memória.
Continua viva entre nós, por essa invisível e misteriosa presença de cada dia, de cada hora, de cada momento, com que impregnamos de esperança a nossa saudade, como também, paradoxalmente, na imensa alegria de que ela, na Casa do Pai, na eternidade, passou a velar por nós, agora na plenitude de sua vida com Deus.
Nesta certeza, nós a temos sempre a nosso lado, em nossa vida de cada dia, velando por sua filha Isabela, por seus irmãos, por seus chorosos pais.
Presença permanente na vivência do dia-a-dia, no silêncio e na solidão das noites, quando ela vem, misericordiamente, para enxugar-nos as lágrimas da saudade imorredoura.
Seu pai.
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Se eu pudesse,
na hora mais dolorosa
do sepultamento de minha filha Raquel
quando sua urna funerária
era colocada túmulo a dentro
eu faria
com que pairasse sobre os presentes
uma revoada de andorinhas
lembrando
a sua ressurreição NA morte
que é a Fé
que me anima e me mantém vivo
até os dias de hoje
Oh! como seria bom
Se eu pudesse!...
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