sexta-feira, 15 de março de 2013

AINDA OS DESENCONTROS


            Dizem-nos os Evangelhos que certo dias Jesus contou às multidões que O seguiam a parábola do semeador. A multidão não entendeu e pediu-Lhe explicações. Jesus então lhes disse: - "Não compreenderam esta parábola? Então, como é que podem entender todas as parábolas?"
           A partir deste ensino das parábolas o desencontro de Jesus com os que O seguem começa a crescer. Jesus percebe a situação e lhes diz: - "Prestem atenção no que vocês ouvem! Com a mesma medida com que medirem, vocês também serão medidos. Para aqueles que têm alguma coisa lhes será dado mais ainda. Para aqueles que não têm, será tirado até mesmo o que não têm."
          Frase misteriosa! Ela pode significar o seguinte: O critério ou a idéia com que recebemos o ensinamento de Jesus vai determinar quem é Jesus para nós. Se o critério for bom, todo ensinamento recebido fará crescer o conhecimento que já temos de Jesus. Se o critério não for bom, perceberemos que o Jesus como nós O entendemos não combina com o Jesus verdadeiro, com quem estamos caminhando pelas estradas da Galiléia. 
            Explicando melhor: enquanto não mudarmos a idéia errada que temos de Jesus, toda a informação que recebemos sobre Ele nos fará errarmos mais ainda, e nos fará perdermos até o pouco de conhecimento verdadeiro que tínhamos a respeito dEle. "Será tirado de nós até mesmo o que já tínhamos."
             É como se o evangelista dissesse às suas comunidades e a todos nós: - "Prestem bem atenção nas idéias com que vocês olham para Jesus!"
            Claro! Pois se a cor dos óculos é verde, tudo nos parecerá verde. Se for azul, tudo será azul! É a vasilha que dá forma ao pão, e não o contrário! Mas o aviso de Jesus, ao que parece, não ajudou muito. Dentro da mente dos discípulos existia alguma coisa que não se ajustava e que se manifestava sobretudo em certos momentos críticos. Por exemplo, durante a tempestade, no mar. Diante das ondas que balançavam o barco, o medo deles foi tão grande que chegaram a acordar Jesus, que dormia (ou fingia dormir...).: - "Não te importas que perecemos?"
            Jesus estranhou a reação deles. Acalmou o mar e disse: - "Então, vocês não têm fé?"
            Eles não sabiam o que responder, e perguntavam a si mesmos: - "Quem é este que até o mar e o vento Lhe obedecem?"
             A  verdade é que Jesus parecia um estranho para eles. Apesar da convivência amiga do dia-a-dia, não sabiam direito quem Ele era.
           Os Evangelhos retratam outros desencontros: na ida de Jesus e os discípulos quando iam à casa de Jairo; quando a multidão O procurou no deserto; no episódio da segunda multiplicação dos pães; ainda, quando Jesus chegou até eles andando por cima das águas.
          Diante destes fatos, o evangelista Marcos comenta: - "Eles não tinham entendido nada, e o seu coração estava endurecido."
           Esta afirmação: "coração endurecido", relembra o coração endurecido do povo no deserto, que não queria ouvir Moisés, e só pensava em voltar para o Egito, onde havia cebolas e panelas cheias.
            Intuímos da leitura atenta dos Evangelhos que os discípulos pareciam com os fariseus e os escribas que já tinham mostrado que não entendiam nada das novidades trazidas por Jesus. Agora, os discípulos são iguais a eles! A ignorância ou a má vontade dos inimigos, nós entendemos! Mas dos discípulos, é difícil entender! Tanto é verdade, que se poderia dizer a respeito deles: - "Então, nem vocês têm inteligência para compreender as palavras de Jesus, com Quem vocês convivem e seguem?"
            Por incrível que pareça, os discípulos chegaram num ponto em que já não se diferenciavam dos inimigos de Jesus. Não entendiam mais nada, porque "tem olhos e não enxergam, têm ouvidos e não escutam."
             A impressão desses desencontros que nos saltam aos olhos é que os discípulos, convivendo com Jesus, em vez de melhorar, pioravam. Pareciam até perder o pouco que tinham. Quanto mais Jesus explicava, tanto menos eles entendiam! Por quê? Qual a causa deste desencontro?
              É o que veremos numa próxima postagem.

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                                             Se eu pudesse,
                                             na hora mais dolorosa do sepultamento
                                             da minha filha Raquel
                                             quando a sua urna funerária
                                             era colocada túmulo a dentro
                                             eu faria com que
                                             uma revoada de andorinhas
                                             voasse sobre os presentes
                                             lembrando a sua ressurreição NA morte
                                             que é a Fé que me mantém vivo até hoje
                                             Oh! como seria bom
                                             se eu pudesse!...
                                   
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             Domingo próximo, 17 de março, se a Raquel estivesse viva estaria também aniversariando, fazendo 46 anos de idade!
            Choramos, com sua filha adolescente, Isabela, a sua ausência física entre nós. Mas, paradoxalmente, também nos alegramos, na certeza de que ela descansa em paz na Casa do Pai/Mãe de todos os pais e mães desta terra, por onde peregrinamos, em direção a essa mesma Casa do Pai.
             Requiescat in pace, filiola mea Raquel, et lux perpetua Domini Nostri Jesus Christi luceat tibi in domo Patris aeterni. Amen.

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